Bolsonaristas e ministros-militares ignoram filiação de Mourão
Vice-presidente se filiou ao Republicanos nesta quarta-feira (16/3) para disputar uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Sul
atualizado
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Auxiliares e aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro e até ministros militares do governo ignoraram a filiação do vice-presidente Hamilton Mourão ao Republicanos, na noite desta quarta-feira (16/3).
O evento, que acontece na sede nacional do partido, em Brasília, não conta com a presença de nenhum ministro das alas política e militar do governo.
Nem mesmo os ministros-generais, como Braga Netto (Defesa), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria-Geral) e Augusto Heleno (GSI) prestigiaram a filiação de Mourão, que também é general da reserva.
O próprio presidente da República também não compareceu. Bolsonaro passou o dia cumprindo agenda oficial na Bahia ao lado de ministros, entre eles, Ramos.
Dentre os ministros do governo, o único que apareceu foi Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência). Onyx é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul e busca o apoio de Mourão, que tentará o Senado pelo estado.
Durante discurso no evento de filiação, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, chamou Onyx de o “próximo governador do Rio Grande do Sul”.
A fala foi interpretada como uma sinalização de que Mourão deve apoiar Onyx, e não o senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS), outro pré-candidato bolsonarista ao governo do Rio Grande do Sul. Heinze não compareceu à filiação.
Já o ministro João Roma, que é filiado ao Republicanos, esteve nesta quarta na Bahia ao lado do presidente Jair Bolsonaro, e chegou à sede do partido após o evento de filiação de Mourão ter terminado.
Ele cogita nos bastidores trocar sua sigla caso o Republicanos não esteja com Bolsonaro na campanha nacional. Roma não quis comentar a possibilidade de deixar a legenda.
Também são poucos os parlamentares bolsonaristas que compareceram ao evento de Mourão. Uma das poucas presentes é Alê Silva (MG), que deixou o PSL e se filiou ao Republicanos nas últimas semanas.
Em entrevista à coluna na semana passada, o atual vice-presidente revelou seu afastamento do presidente. Segundo Mourão, sua relação com Bolsonaro nesse último ano de mandato tem sido “protocolar”.