Bolsonarista quer ouvir general Villas Bôas na CPMI do 8/1
Deputado bolsonarista Filipe Barros protocolou um convite para que o general Eduardo Villas Bôas seja ouvido pela CPMI do 8 de Janeiro
atualizado
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O deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) quer que a CPMI do 8 de Janeiro ouça o general Eduardo Villas Bôas, que comandou o Exército brasileiro entre 2015 e 2019. O requerimento de convite ao militar foi protocolado na quarta-feira (2/8).
Em sua justificativa, o parlamentar argumenta que a presença de Villas Bôas na comissão serviria para “esclarecer a postura do Exército” ante minutas de decretos de Estado de Sítio, de Defesa e GLO (Garantia da Lei e da Ordem).
Barros lembra que o general afirmou que, durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), teria sido consultado por membros da base da petista sobre a “possível decretação de Estado de Defesa” no Brasil.
A presença de Villas Bôas na comissão, entretanto, pode animar também a base aliada do governo. Isso porque, após as eleições e antes da tentativa de golpe em 8 de janeiro, o militar e seus familiares tiveram contato próximo com golpistas.
Em novembro, logo após o segundo turno, Ticiana Villas Bôas, filha do general, chegou a trocar mensagens sobre um plano golpista articulado por caminhoneiros com Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
No mês seguinte, em dezembro, a esposa do general, Maria Aparecida Villas Bôas, esteve no acampamento golpista em frente ao QG do Exército em Brasília. Há vídeos dela passando em uma van e acenando para os manifestantes, que gritavam pedindo a prisão de Lula.
O próprio general também teve reuniões com Jair Bolsonaro após a derrota do então presidente no segundo turno das eleições do ano passado. A coluna mostrou que Villas Boas teve ao menos dois encontros com Bolsonaro.
Mais convites
Além de Villas Bôas, Filipe Barros apresentou outros dois requerimentos de convites. Entre eles, um para a CPMI ouvir a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Convite que já havia sido feito pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O motivo é o mesmo relatório da Procuradoria-Geral da República (PGR) assinado por Lindôra, no qual ela critica a atuação do ministro do STF Alexandre de Moraes na prisão. Eduardo, no entanto, desistiu de convocar Lindora, como noticiou a coluna.
Além da subprocuradora, Filipe Barros pediu ainda que a CPMI ouça o ministro da Defesa, José Múcio. O deputado quer ouvir explicações sobre a declaração do ministro de que os atos de 8 de janeiro “não tiveram um grande líder”.