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Blocos de Carnaval clandestinos viram munição para bolsonaristas

Aliados do presidente Jair Bolsonaro aproveitaram imagens de festas irregulares para pedir fim do uso de máscaras

atualizado

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multidão concentra-se na praça roosevelt no segundo dia de carnaval, em são paulo
1 de 1 multidão concentra-se na praça roosevelt no segundo dia de carnaval, em são paulo - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Os blocos de Carnaval clandestinos, registrados em algumas cidades do Brasil durante o feriado, serviram de munição para bolsonaristas pedirem o fim total das restrições contra a Covid-19 – incluindo aí o uso de máscaras, o comprovante de vacinação e o controle de aglomerações.

Os três filhos do presidente Jair Bolsonaro que têm cargos políticos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) e o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), puxaram o coro.

Os três compartilharam em suas redes sociais postagens com imagens dos blocos, comparando-os com as medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos em outro momento da pandemia.

O trio foi seguido por parte da ala de funcionários do governo mais próxima de Jair Bolsonaro. O secretário Nacional de Incentivo e Fomento à Cultura, André Porciuncula, comparou a “liberdade” dos foliões com “trabalhadores espancados nas ruas” e “senhoras presas em banco de praça”.

Outro que aproveitou foi o secretário especial da Presidência, Max Guilherme. Ele compartilhou um vídeo do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), visitando o Sambódromo na última quinta-feira (24/2). Na ocasião, Paes esteve no teste da pista reformada da Marquês de Sapucaí.

Houve também um desfile de parlamentares pedindo, ante as imagens dos carnavalescos desrespeitando as restrições, o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras e do comprovante vacinal. Na ala, aparecem os deputados Luiz Lima (União-RJ), Alê Silva (Republicanos-MG) e Bia Kicis (União-DF).

Até mesmo “ex-bolsonaristas”, como o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, entraram na roda. Prometendo desafiar a vontade de Bolsonaro e se lançar candidato ao governo de São Paulo, Weintraub reclamou que “as únicas escolas que não fecharam” foram “as escolas de samba”.

Os blocos de Carnaval, que costumam reunir milhões de pessoas em diversas cidades do Brasil, estão oficialmente proibidos neste ano por causa das restrições ainda necessárias da Covid-19. No Rio de Janeiro, por exemplo, o prefeito Eduardo Paes cancelou os blocos de rua e adiou para abril o desfile das escolas de samba.

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