Após voto no Copom, ala do PT vê Galípolo distante de presidir BC
Para ala do PT, voto de Gabriel Galípolo no Copom para manter Selic reduz chances de diretor ser escolhido por Lula para presidência do BC
atualizado
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A manutenção da taxa Selic, decidida por unanimidade em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira (19/6), fez uma ala da bancada do PT no Congresso mirar ataques em Gabriel Galípolo.
Para esses petistas, ao votar para manter a Selic em 10,50% ao ano, o atual diretor de Política Monetária do BC, indicado ao cargo por Lula em 2023, demonstrou não ter “tamanho” suficiente para ser indicado como presidente da instituição.
Segundo petistas, o “sinal” da insatisfação de Lula com Galípolo teria sido demonstrado ainda na terça-feira (18/6), quando já era esperado que o diretor votaria com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, pela manutenção da Selic.
Na avaliação de petistas, Lula aproveitou a entrevista à rádio CBN para mandar um recado a Galípolo. O presidente afirmou que escolherá como substituto de Campos Neto uma pessoa “madura” e que não “se submete a pressões do mercado”.
“Na hora que eu tiver que escolher o presidente do Banco Central vai ser uma pessoa madura, calejada, responsável, alguém que tenha respeito pelo cargo que exerce e alguém que não se submeta a pressões de mercado, e que faça aquilo que for de interesse de 213 milhões de brasileiros”, afirmou Lula.
Entre os nomes que se enquadrariam na descrição feita por Lula, petistas próximos da cúpula do partido defendem o economista André Lara Rezende, ex-presidente do BNDES e crítico da autonomia do Banco Central.