Após Copom, PT decide dobrar pressão contra Campos Neto e cobrar Planalto
Lideranças do PT decidiram elevar pressão contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e esperam o mesmo do Planalto
atualizado
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A cúpula do PT decidiu aumentar a pressão política sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, após o Comitê de Política Monetária (Copom) não só manter a Selic em 13,75% ao ano, como sinalizar que poderá aumentar a taxa básica de juros no futuro.
Lideranças petistas aliadas de Lula também combinaram de cobrar a mesma postura de enfrentamento do Palácio do Planalto. Elas admitem, porém, que dificilmente conseguirão tirar Campos Neto do cargo. Para isso, seria necessária aprovação do Senado, onde hoje não há vogtos suficientes.
Guiados por Gleisi Hoffmann, porém, deputados e senadores do PT avaliam que Campos Neto poderá ceder à pressão. A presidente nacional do partido tem intensificado os discursos anti-BC nas redes sociais. O mesmo deverá ser feito por outras lideranças nos próximos dias.
Roberto Campos, explica: como empresários podem captar recursos c/ os maiores juros do mundo? Como investir se o dinheiro aplicado rende 8% reais? Vc ñ entendeu seu compromisso c/ o Brasil? Seus juros só beneficiam rentismo e quem ñ produz. Sua política monetária já foi derrotada
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 22, 2023
“Vamos continuar pressionando o Banco Central para que reduza os juros, porque, do contrário, as empresas vão continuar demitindo e o povo, sofrendo com o desemprego”, afirmou à coluna o deputado federal Jilmar Tatto (SP), secretário nacional de Comunicação do PT.
Congresso
A estratégia de ataque também se estende aos corredores do Congresso. O objetivo de petistas é levar Campos Neto à Câmara o mais rápido possível. Antes mesmo da reunião do Copom, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou um requerimento de convite ao banqueiro.
Entre os petistas, há o entendimento de que Campos Neto até poderia ser convocado, quando ele seria obrigado a comparecer. Mas a bancada deve insistir nos convites. Tanto para evitar uma reação contrária da oposição, quanto para evitar o imbróglio jurídico, já que o executivo perdeu o status de ministro após a autonomia do BC.