Anderson Torres está afastado da PF, mas segue recebendo salário
Ex-ministro Anderson Torres foi afastado do cargo de delegado da PF por decisão do STF, mas segue recebendo salário, de cerca de R$ 30 mil
atualizado
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Afastado do cargo de delegado da Polícia Federal desde maio por ordem do STF, o ex-ministro Anderson Torres segue recebendo salário da corporação.
A informação foi confirmada à coluna por fontes da alta cúpula da PF. O argumento é que uma “questão legal” obriga a entidade a manter a remuneração de Torres, mesmo com o afastamento.
Torres foi preso em 14 de janeiro de 2023 acusado de omissão durante as invasões das sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro, quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.
Ele ficou preso até maio, quando foi solto pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Na mesma decisão, o magistrado mandou afastar Torres do cargo de delegado da PF.
Nos quatro meses em que ficou preso, o ex-ministro de Jair Bolsonaro também continuou recebendo salário da corporação, de cerca de R$ 30 mil bruto por mês.
Em julho, porém, a direção da PF ordenou que Torres devolvesse os salários que recebeu enquanto estava encarcerado, como a coluna antecipou à época. O ex-ministro recorreu da decisão.
Além de pedir a devolução dos salários, a corporação abriu procedimento administrativo disciplinar (PAD) que pode resultar na expulsão de Torres da entidade.
Outro lado
Procurada oficialmente, a PF informou que não fornece a terceiros dados relacionados aos seus servidores, para garantir a proteção dos policiais e de seus familiares.
O advogado do ex-ministro, por sua vez, limitou-se a dizer que o afastamento dele da PF se deve à decisão de Alexandre de Moraes, mas não comentou sobre a questão do salário.