Allan dos Santos: Moraes questiona PF sobre exonerações de delegadas
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, cobrou a cúpula da PF sobre as exonerações de delegadas que atuaram na extradição de Allan dos Santos
atualizado
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O ministro do STF Alexandre de Moraes cobrou a cúpula da Polícia Federal sobre as exonerações de delegadas da corporação que atuaram no processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.
Segundo fontes do Supremo, a cobrança foi feita na semana passada, após a exoneração da delegada Dominique de Castro Oliveira do cargo que ela ocupava na Interpol Brasil por indicação da PF.
Como integrante da Interpol Brasil, a delegada foi a responsável por processar a ordem expedida por Moraes em outubro mandando incluir o nome de Allan dos Santos na lista de difusão vermelha da polícia internacional.
A inclusão do nome na lista de difusão vermelha significa emitir uma ordem internacional de prisão para que a pessoa seja presa no exterior. O blogueiro bolsonarista mora nos Estados Unidos.
Dominique foi a segunda delegada da Polícia Federal exonerada após participar de alguma forma do processo de extradição de Allan dos Santos para o Brasil, que até agora não foi concluído.
Em novembro, o Ministério da Justiça já havia exonerado a delegada Sílvia Amélia. Ela chefiava o departamento da pasta que foi responsável por encaminhar o pedido de extradição do blogueiro aos Estados Unidos.
Segundo apurou a coluna, Moraes criticou o “timing” das exonerações das delegadas. O ministro não gostou de elas terem sido demitidas pouco tempo depois de darem prosseguimento a uma ordem dele.
O que a PF alegou a Alexandre de Moraes
A Moraes integrantes da cúpula da PF argumentaram que as exonerações não teriam sido motivadas pelo envolvimento das delegadas na extradição do blogueiro bolsonarista.
Em nota na semana passada, a PF alegou que não houve exoneração de Dominique, e sim um “remanejamento” da delegada para recompor “o carente quadro de delegados” da Superintendência da corporação no DF.
A corporação assinalou também que o “remanejamento” não teria relação com a extradição de Allan dos Santos, pois o encaminhamento da ordem foi cumprido pelo chefe da Interpol Brasil, delegado Rodrigo Carnevale.