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Aliados veem fala “infeliz” de Lula sobre Israel; Planalto age

Aliados de Lula como o ministro Paulo Pimenta e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foram às redes explicar fala de Lula sobre Israel

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Lula discursa no Egito
1 de 1 Lula discursa no Egito - Foto: Reprodução/YouTube

Aliados de Lula classificaram, nos bastidores, como “infeliz” a declaração em que o presidente comparou as mortes de palestinos na Faixa de Gaza à matança de judeus na Alemanha nazista de Adolf Hitler.

A fala foi feita pelo petista durante entrevista a jornalistas no domingo (18/1), no hotel em que ele estava hospedado em Adis Abeba, capital da Etiópia, onde participou da cúpula da União Africana.

A avaliação de aliados do presidente é de que ele está correto em criticar publicamente o assassinato de civis palestinos por Israel, mas erra ao comparar o cenário atual na Palestina com o holocausto.

A declaração de Lula também recebeu críticas, nos bastidores, de integrantes do Itamaraty. A ordem na pasta, porém, é aguardar a chegada do chanceler Mauro Vieira ao Brasil para decidir o que fazer.

Planalto reage

Por ora, a reação ficou a cargo de integrantes do Palácio do Planalto. O ministro-chefe da Secom, Paulo Pimenta, por exemplo, foi às redes sociais ainda no domingo tentar contemporizar a fala do chefe.

“O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos em Gaza está próximo de 30 mil pessoas e, 70% destas mortes, são de mulheres. Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de Palestinos não tem acesso a água potável, comidas e remédios. A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez. As palavras do presidente @LulaOficial sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos!”, escreveu Pimenta.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também usou as redes sociais para tentar explicar a fala de Lula. Segundo ela, a declaração do petista foi dirigida ao governo de Israel, e não os judeus.

“As palavras do presidente @LulaOficial sobre o extermínio da população de Gaza foram claramente dirigidas ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu. Nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino, vítima de uma política de extermínio orientada pelo preconceito e pelo ódio. O governo de extrema-direita de Israel está levando o país ao isolamento internacional e tem recebido a repulsa da civilização. Deveriam se envergonhar de seus crimes contra a humanidade. Parem com o massacre! Sentem-se à mesa para construir a paz, respeitando o direito de todos os povos à soberania e à justiça”, escreveu.

A reação de Israel

A declaração de Lula causou forte reação de Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves”.

Além disso, o governo Israel convocou o embaixador do Brasil no país para cobrar explicações. A expectativa é de que o diplomata brasileiro seja ouvido nesta segunda-feira (19/2).

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