Aliados de Lula no Congresso preparam ofensiva contra clubes de tiro
Base de Lula vai procurar Arthur Lira para pedir votação de projeto que endurece regras para posse de armas de associados de clubes de tiro
atualizado
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Aliados do presidente Lula no Congresso Nacional preparam para o segundo semestre, em conjunto com o governo federal, uma ofensiva contra o que chamam “vale-tudo” em clubes de tiro pelo Brasil.
Enquanto o ministro da Justiça, Flávio Dino, deve apresentar um decreto com regras mais duras para os funcionamentos dos clubes, a base governista pretende defender na Câmara um projeto com temática parecida.
A proposta já foi protocolada pelo líder da Rede na Casa, deputado Túlio Gadêlha (PE). Ela proíbe, por exemplo, que membros dos clubes transportem suas armas da 0h às 6h, quando os estabelecimentos deverão ficar fechados.
Segundo parlamentares, a ideia é “batalhar em duas frentes”. O governo utilizará os decretos para impor restrições aos clubes, enquanto os deputados votarão leis que endureçam, por exemplo, as regras para o porte dos associados.
Posse indiscriminada
O motivo, explicam, é que muitos clubes de tiro passaram a funcionar 24 horas após as novas regras para transporte de armas reguladas no governo de Jair Bolsonaro.
Dessa forma, os frequentadores desses estabelecimentos podem, em tese, transportar armas a qualquer hora do dia, garantindo uma posse indiscriminada.
Procurado pela coluna, o líder da Rede afirmou que vai conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para pedir que seu projeto seja pautado, mesmo com forte oposição da bancada armamentista.
“Enxergamos a possibilidade de a bancada da bala tentar intervir para barrar o projeto. Mas esperamos bom senso da mesa diretora e de todos os congressistas, pois o Parlamento deve trabalhar para diminuir os índices de violência e garantir a eficiência da segurança pública. O funcionamento irrestrito desses locais é uma ameaça à população e também é fruto da escalada armamentista implantada pelo último governo. A resposta da Casa de Leis tem de ser clara e rápida”, disse Gadêlha.