Aliados do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) acreditam que o Palácio do Planalto foi o responsável por vazar, nos bastidores, a versão de que ele teria sido o padrinho político que impediu, em 2020, a demissão de Roberto Ferreira Dias da diretoria de Logística do Ministério da Saúde.

A versão, negada por Alcolumbre, veio à tona nas últimas semanas, após Dias ser acusado pelo suposto vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominguetti de pedir propina na negociação para venda de doses da Astrazeneca. Após a acusação, o governo exonerou Dias da pasta.

A avaliação de pessoas próximas a Alcolumbre é de que o governo teria propagado a versão em uma tentativa de enfraquecer politicamente o ex-presidente do Senado e, assim, tentar diminuir a resistência do senador à indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal.

Alcolumbre é, hoje, um dos parlamentares mais resistentes à indicação. A resistência dele, porém, tem peso importante: ele é o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, colegiado responsável por sabatinar o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF.