Ala ideológica espera que STF solte bolsonaristas após carta à nação de Bolsonaro
Auxiliares presidenciais sustentam que o documento divulgado pelo presidente faria parte de um “acordo” com a Corte
atualizado
Compartilhar notícia
Integrantes da ala ideológica do governo dizem, nos bastidores, esperar que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) soltem ou aliviem as prisões de alguns apoiadores de Jair Bolsonaro, após o presidente ter divulgado, nesta quinta-feira (9/9), uma “declaração à nação” em tom de pacificação.
Auxiliares presidenciais do núcleo ideológico sustentam que a declaração faria parte de um “acordo” com a Corte para “aliviar” medidas de restrição imposta a bolsonaristas. O ex-presidente Michel Temer (MDB), ministros do STF e do governo que articularam a pacificação, no entanto, negam.
Pelo roteiro traçado, o Supremo soltaria ou relaxaria as prisões de nomes como o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB, o caminhoneiro Zé Trovão e o jornalista Oswaldo Eustáquio. Todos foram presos ou tiveram a prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Alvo principal de Bolsonaro nos protestos de 7 de Setembro, Moraes foi chamado de “jurista e professor” pelo presidente na declaração à nação. Como antecipou à coluna, o ministro do STF e o chefe do Planalto chegaram a conversar por telefone na quinta-feira (9/9) por intermédio de Temer.
Nesta sexta-feira (10), Moraes recebeu em São Paulo o ministro da Justiça, Anderson Torres. Os dois conversaram por quatro horas. A iniciativa partiu do auxiliar de Bolsonaro, com aval do chefe. Segundo Torres, o objetivo da conversa foi “o futuro das boas relações institucionais do Brasil”.