Abin paralela queria “caçar podres” de Lira e Kim Kataguiri, diz PF
PF encontrou mensagens na qual membros da chamada “Abin paralela” falavam de ações para “caçar podres” de Arthur Lira e Kim Kataguiri
atualizado
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A Polícia Federal descobriu, durante a investigação do caso da “Abin paralela”, que o esquema de monitoramento ilegal de autoridades durante o governo Bolsonaro fez ações para “caçar podres” do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do deputado federal Kim Kataguiri (União-SP).
A ação clandestina foi descoberta pela PF por meio de mensagens de um grupo de WhatsApp dos envolvidos no esquema. Em uma delas, os acusados ordenam uma operação de caçar podres de Kataguiri “igual” à ação feita contra Lira, a qual não é especificada pelos envolvidos.
“Em relação ao PODER LEGISLATIVO, segundo a autoridade policial, foram identificadas ações clandestinas para “caçar podres” do Deputado Federal KIM KATAGUIRI (inclusive contra os seus assessores), ocasião em que se descobriu que em momento anterior também foram realizadas ações contra o Deputado Federal ARTHUR LIRA, tudo conforme diálogos entre os investigados GIANCARLO GOMES RODRIGUES e MARCELO ARAÚJO BORMEVET”, cita o ministro Alexandre de Moraes na decisão em que autorizou operação da PF contra os acusados.
A ação contra Lira foi revelada por Giancarlo, que é militar. Nas mensagens, o acusado revelou ainda que o mesmo tipo de ação também teria sido realizado contra o “pessoal do Renan”, possivelmente uma referência ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), segundo a PF.
Kim Kataguiri se manifesta
Em nota, Kim Kataguiri afirmou que as revelações do caso Abin Paralela são “mais uma prova do aparelhamento” das instituições promovida durante o governo Bolsonaro. O deputado paulista anunciou ainda que tomará as “medidas judiciais cabíveis”.
“Mais uma prova do aparelhamento criado pelo governo Bolsonaro nas instituições para perseguir seus adversários políticos. Eles que agora se dizem vítimas da perseguição do PT não pensaram duas vezes em fazer o mesmo quando estiveram no poder. Irei tomar as medidas judiciais cabíveis e essa perseguição contra mim e meus assessores não ficará impune”, disse.
A coluna também procurou Arthur Lira para comentar o monitoramento feito pela “Abin Paralela”, mas ainda não houve resposta. O espaço segue aberto.