“Abin paralela”: PF e Exército manterão salários de servidores presos
PF e Exército manterão salários de policial e subtenente presos e afastados das funções públicas por ordem do STF no caso “Abin paralela”
atualizado
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A Polícia Federal e o Exército vão manter os salários de dois servidores dos respectivos órgãos que foram presos e afastados de suas funções públicas por ordem do STF, por suposto envolvimento no caso da “Abin paralela”.
Em decisão assinada em 9 de julho, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva e a “suspensão imediata do exercício dos cargos públicos” do policial federal Marcelo Bormevet e do subtenente Giancarlo Gomes.
Ambos trabalharam na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem à frente do órgão e teria atuado no esquema de monitoramento ilegal de autoridades e adversários do clã Bolsonaro no governo anterior.
À coluna, tanto o Exército quanto a PF informaram que manterão os salários de Marcelo e Giancarlo, mesmo com os servidores presos e oficialmente afastados de seus cargos por decisão do Supremo.
O Exército explicou que o soldo só é cortado se o militar for desligado da Força. O órgão informou ainda que Giancarlo já estava afastado das atividades antes da decisão de Moraes, para tratamento de saúde.
Como subtenente, Giancarlo recebe salário mensal bruto de R$ 13,6 mil. Após os descontos, o soldo é de cerca de R$ 9,5 mil, segundo dados do Portal da Transparência.
O subtenente foi preso em Salvador, onde estava lotado. Ele prestou depoimento à PF e foi encaminhado para cumprir a prisão preventiva no 6º Batalhão de Polícia do Exército, na capital baiana.
Mauro Cid e Anderson Torres
Os casos de Marcelo e Giancarlo se assemelham aos do tenente-coronel Mauro Cid e do delegado da PF Anderson Torres, ex-ajudante de ordens e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, respectivamente.
Tanto Cid quanto Torres seguem recebendo salários do Exército e da Polícia Federal, mesmo após Alexandre de Moraes afastá-los do exercício dos cargos públicos nas duas instituições.