A volta do MDB rejuvenescido ao centro do poder
Filhos e irmãos ide caciques do MDB chegam a ministérios de Lula e tomam protagonismo de partidos de esquerda
atualizado
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As cerimônias de posses dos ministros de Lula nesta semana evidenciaram quem são os partidos coadjuvantes da vitória do petista com maior potencial de ascensão no novo governo. Assim como nas gestões anteriores do PT, o MDB rouba a cena novamente.
Além ocupar pastas importantes na Esplanada dos Ministérios, lideranças do partido circularam em praticamente todos os tapetes vermelhos da semana de estreia de Lula, quando foram mais requisitados do que líderes dos partidos de esquerda que caminharam com Lula na campanha.
Dessa vez, porém, o protagonismo público não vem sendo exercido pelos caciques do partido, embora esses também tenham participado das costuras políticas. Quem entrou em cena foi a nova geração do MDB com os filhos, irmãos e parentes dos cardeais da legenda.
É o caso, por exemplo, de Renan Filho. Filho do senador Renan Calheiros, ele se tornou ministro dos Transportes. Já Jader Filho, filho do senador Jader Barbalho e irmão do governador do Pará, Helder Barbalho, assumiu o poderoso Ministério das Cidades, enquanto Simone Tebet será ministra do Planejamento.
“Ficamos um tempo longe, mas voltamos com tudo”, disse um integrante do MDB em conversa informal com a coluna.
Além dos ministérios estratégicos, os cristãos novos do MDB também tiveram voz nas negociações. É o caso, por exemplo, do deputado Isnaldo Bulhões, líder do MDB na Câmara, que teve participação direta nas tratativas com o PT para definir os espaços dos emedebistas.
Embora não tenham sentado na cadeira de ministro, figurões da velha guarda do MDB, como Renan Calheiros e Romero Juca, não deixaram de comparecer aos atos de estreia do governo Lula. Durante as posses, eram vistos na plateia, coxias ou nos cantos dos palcos.