À PF ex-auxiliar de Bolsonaro diz que buscar presentes era algo normal
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid depôs nesta quarta-feira (5/4) na superintendência da PF em São Paulo
atualizado
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Ex-chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro na Presidência, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid também depôs à Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (5/4) sobre o caso das joias sauditas.
Diferentemente de Bolsonaro, que foi ouvido em Brasília, Cid pediu – e foi atendido – para prestar depoimento na superintendência da PF em São Paulo. O objetivo foi evitar assédio da imprensa.
A oititiva do ex-ajudante de ordens durou cerca de duas horas. O militar estava acompanhado de seu advogado Rodrigo Roca, que é próximo de integrantes da familia Bolsonaro.
No depoimento, segundo fontes da Polícia Federal, Mauro Cid afirmou que buscar presentes recebidos por Bolsonaro era algo “normal” na Ajudância de Ordens da Presidência.
Os delegados, então, indagaram o militar se ele tinha ordenado a retirada de outros presentes de Bolsonaro apreendidos pela Receita Federal, como no caso das joias.
Mauro Cid, então, respondeu que o conjunto de joias apreendidos no Aeroporto de Guarulhos com a comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque teria sido a primeira vez.
Ordem de Bolsonaro?
No depoimento, o militar também tentou contemporizar a responsabilidade de Bolsonaro no caso. Mauro Cid afirmou que Bolsonaro não deu uma ordem enfática para que mandasse retirar as joias.
Segundo apurou a coluna, o ex-ajudante de ordens afirmou que o então presidente da República teria pedido para ele “verificar” a situação do conjunto de joias apreendido na alfândega.
Ainda na oitiva, a PF fez erguntas gerais sobre a localização da Ajudância de Ordens e a distância do setor em relação à Diretoria de Documentação Histórica da Presidência, responsável por catalogar os presentes.