A percepção de senadores sobre a quarentena eleitoral para juízes
Senadores não preveem tanta resistência na Casa à proposta, mas ponderam que pode não haver tempo hábil para aprovar toda reforma eleitoral
atualizado
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A articulação de lideranças da oposição e do Centrão para aprovar, na Câmara, uma quarentena de cinco anos para juízes, militares e membros do Ministério Público disputarem eleições não foi combinada, até agora, com o Senado.
Senadores de partidos de centro e de oposição ouvidos pela coluna dizem desconhecer o texto da reforma eleitoral que deve ir à votação no plenário da Câmara na próxima quinta-feira (2/9).
Apesar disso, esses parlamentares não preveem tanta resistência na Casa à quarentena. A previsão é que as críticas à proposta deverão se concentrar no grupo conhecido como “Muda, Senado”.
Com cerca de 15 dos 81 senadores, o bloco tem muitos parlamentares que são entusiastas de uma eventual candidatura em 2022 do ex-juiz Sergio Moro, que seria atingido pelo artigo da quarentena.
Tempo
Mesmo prevendo pouca resistência à quarentena, senadores ponderam que será difícil conseguir aprovar toda a reforma eleitoral, que prevê uma série de outras mudanças, a tempo de ela valer para o pleito de 2022.
Para ser aplicado no pleito do próximo ano, o projeto de lei complementar da reforma precisa ser aprovado na Câmara e no Senado até 2 de outubro, quando faltará um ano para a eleição.
A interlocutores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), tem evitado emitir opiniões sobre o tema. A quem lhe pergunta, responde ainda não ter conversado com os senadores sobre o assunto.