A estratégia de Bolsonaro para “forçar” mudança de preços da Petrobras
Presidente da República foi aconselhado por auxiliares a defender mais vezes a privatização da petrolífera publicamente
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro foi aconselhado por auxiliares a defender mais vezes a privatização da Petrobras publicamente. O objetivo, segundo fontes do Palácio do Planalto, será “forçar” uma discussão sobre a mudança na política de preços de combustíveis da petrolífera.
A orientação é para que Bolsonaro sustente o discurso de que sempre enxergou empresas estatais como um problema. A exceção seriam aquelas que “cumprem uma função social” estratégica, como deveria ser o caso da Petrobras, na avaliação do presidente da República.
Sob esse ponto de vista, Bolsonaro foi aconselhado a argumentar que a petrolífera deixa de cumprir sua função social ao manter a política de reajustar o preço dos combustíveis conforme a cotação internacional do barril de petróleo e do câmbio. Por isso, não faria sentido manter a Petrobras como estatal.
Bolsonaro já deu início a essa estratégia em entrevista a uma emissora de TV nessa quarta-feira (16/3). “Sou cobrado pelo preço do combustível, mas não tenho poder nenhum sobre a Petrobras. Por mim, privatizava a Petrobras hoje para me livrar desse problema“, afirmou o presidente.
A avaliação de auxiliares de Bolsonaro é de que, ao falar mais vezes sobre a privatização da petrolífera, o chefe do Planalto “forçará” a discussão não só no governo e no Congresso Nacional, como na própria sociedade como um todo, sobre a importância de se alterar a política de preços de combustíveis.
Oficialmente chamada de Preço de Paridade de Importação (PPI), a atual política de preços da Petrobras começou a ser adotada no Brasil em 2016, no início do governo Michel Temer (MDB). Até então, nos governos do PT, os preços eram controlados pelo governo federal.