A bronca de outros ministros de Lula com Haddad
Chefe da equipe econômica, Fernando Haddad entrou na mira de outros ministros de Lula por causa do corte de gastos que governo anunciará
atualizado
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O plano de corte de gastos que deve ser anunciado pela equipe econômica de Lula nesta semana fez o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, virar alvo de duras críticas de outros colegas do governo.
Além de Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), outros ministros de Lula têm reclamado da falta de comunicação de Haddad com as demais áreas do governo sobre os cortes que atingirão as pastas.
Nos bastidores, ministros disseram à coluna que têm ficado sabendo dos supostos cortes em seus ministérios pela imprensa, e não diretamente pela equipe econômica.
Nas palavras de um ministro ouvido pela coluna, Haddad “quer estourar o champanhe com a garrafa dos outros” a fim de mostrar resultados para Lula e para o mercado, sem combinar com os ministérios afetados.
No fim de outubro, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, reclamou publicamente da falta de diálogo sobre os cortes e ameaçou até mesmo pedir demissão do cargo.
Ao ser questionado por jornalistas sobre mudanças no seguro-desemprego e no abono-salarial, Marinho disse que, se área fosse cortada sem permissão, ele estaria sofrendo agressão.
“Não me consta que nenhum ministro de Estado tenha discutido esse assunto. Não me consta. As áreas técnicas têm a obrigação de estudar, o que não é de bom comportamento é vazar estudo, que não esteja autorizado pelo ministro titular”, declarou Marinho.
Resistência dos ministros em reuniões
Desde o começo da semana, Haddad e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão) têm se reunido com outros colegas do governo e com Lula para discutir os cortes no Orçamento.
Na terça (5/11), por exemplo, o grupo se reuniu com os ministros Carlos Lupi (Previdência) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social). No dia anterior, com Camilo Santana (Educação) e Nísia Trindade (Saúde).
A coluna apurou que os ministros que podem ser atingidos têm demonstrado resistência aos cortes. A maioria alega já trabalhar com o orçamento “apertado” e que não vai conseguir “fazer entregas” com os cortes.