A avaliação de Haddad sobre o revés de Arthur Lira no STF
A partir das reviravoltas sofridas pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, as negociações em torno da PEC de Transição reiniciaram
atualizado
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Futuro ministro da Fazenda de Lula, Fernando Haddad (PT) disse a aliados que a negociação sobre a PEC da Transição com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), atingiu um patamar mais “justo” após as recentes decisões do STF.
Interlocutores do futuro chefe da equipe econômica de Lula avaliam que, com a “bola no chão”, as conversas podem agora se concentrar mais no conteúdo da proposta, arrefecendo as possíveis cobranças de Lira por espaços no governo.
Com as amarras desfeitas, Haddad acredita que pode insistir no valor de R$ 168 bilhões para expansão do teto de gastos e que deputados votariam favoravelmente a proposta pelo seu apelo popular de aumentar o Bolsa Família.
Uma das poucas mudanças no texto da PEC que a equipe econômica toparia, segundo interlocutores de Haddad, seria reduzir o prazo de expansão do teto de gastos para um ano. Pela proposta defendida pelo PT, a mudança valeria por dois anos.
Aliados do futuro ministro ponderaram também que as alterações são necessárias para conquistar maioria entre os deputados. Como mostrou a coluna, tanto o relator quanto a base de Lula admitiam, na semana passada, não ter votos suficientes pada aprová-la.
Além disso, é preciso acalmar os ânimos de Lira para que o acordo de pautar a proposta seja mantido. Na noite de segunda-feira (19/12), Haddad se reuniu com o deputado na residência oficial da Câmara, tomando a dianteira nas negociações da PEC.