A autocrítica de Carlos França sobre a PEC que politiza embaixadas
Chanceler tem admitido nos bastidores que poderia ter atuado de forma mais contundente para barrar a proposta
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tem feito uma autocrítica, nos bastidores, sobre sua atuação para evitar a aprovação da PEC que permite deputados federais e senadores assumirem o comando de embaixadas sem precisar renunciar a seus mandatos.
A interlocutores e colegas de Itamaraty, o chanceler brasileiro admite que poderia ter atuado de forma mais contundente contra a proposta. França tem dito se considerar um bom diplomata, mas admite que precisa melhorar sua capacidade de articulação política.
O ministro foi alvo de duras críticas entre colegas de Itamaraty por só ter entrado em campo para evitar a aprovação da PEC quando ela já estava prestes a ser votada no Senado. E, mesmo quando entrou, teve atuação discreta, limitando-se a emitir uma nota na qual se posicionava contra a matéria.
A articulação para barrar a proposta acabou sendo liderada mesmo por integrantes das associações de diplomatas. Esses iniciaram um forte corpo-a-corpo com senadores e deputados federais desde que a PEC foi apresentada, ainda em outubro do ano passado.
A “sorte” de França foi que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o autor da proposta, senador Davi Alcolumbre (União-AP), decidiram recuar e adiar a votação. Segundo interlocutores de Pacheco, a PEC só deve ser votada agora após as eleições de outubro.