Haddad fez pose de Estadista, fala de candidato e não convence mercado
Ministro da Fazenda anuncia cortes, mas dólar dispara e discurso é visto como possível autopromoção presidencial.
atualizado
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O episódio aborda o anúncio de Fernando Haddad sobre cortes de gastos do Governo, feito em rede nacional. O discurso, com tom popular e político, destacou conquistas do Governo Lula, mas levantou suspeitas de autopromoção como possível candidato à Presidência. A reação negativa do mercado, com o dólar ultrapassando R$ 6, também é analisada, assim como a estratégia do Governo em lidar com críticas e aliados no Congresso.
Leia a íntegra da transcrição do podcast de Leandro Mazzini
Olá, leitores internéticos desse mundo digital. O assunto hoje é o anúncio de Fernando Haddad sobre o pacote de cortes de gastos do Governo.
O mercado brasileiro e investidores – e aqui entram dos especuladores que ganham dinheiro até o pipoqueiro da esquina – parecem não ter acreditado no discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em rede nacional na noite de quarta-feira (27). O anúncio pode ter frustrado ou não convencido. O dólar disparou hoje e passou dos R$ 6 na praça, um patamar inédito na História do País.
As poucas medidas, anunciadas superficialmente e sem detalhes – estratégia para uma linguagem popular televisiva – foram precedidas de um amplo cenário exposto por ele de conquistas sociais e econômicas desde o início do Governo Lula da Silva III, e vistas como um prenúncio de sua potencial candidatura a presidente da República, em 2026 ou 2030, como o escolhido do Barba.
Na quarta-feira, durante o dia, bem antes da aparição na TV em rede, petistas e aliados espalharam por mensagens de celular e nas redes sociais um banner bem feito com a foto de Haddad e a hora do anúncio – além de gerar uma expectativa, criou-se um claro ambiente para muitos críticos apontarem autopromoção e uma mensagem clara de que usa o espaço para alçar seu nome ao Palácio do Planalto futuramente como “salvador da nação”.
Porta-voz do Governo que fala em taxar ricos e ajudar os pobres, Haddad deixou a desejar, por exemplo, ao não se esforçar com o presidente Lula da Silva em mirar os excêntricos gastos da folha do Judiciário do País. Só para citar um dos setores poupados. A despeito de um cenário de desconfianças na praça e no Congresso Nacional, líderes partidários dizem que o pacote será aprovado nas Casas para ajudar o País. A conferir.
Mas , na verdade, muitos falam à meia boca que a mensagem de Haddad na TV foi apenas um recado para a população e para o patronato de que será o candidato a presidente. E só.
E segue a novela da vida real. Sou Leandro Mazzini, e faço esse podcast em parceria com Gabriel Garcia e revisão de Isabele Mendes e Carol Purificação.