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Weintraub diz que votará nulo: “Bolsonarismo é corrupto e totalitário”

“Não consigo mais fingir que não estou vendo o que bolsonarismo se tornou”, diz à coluna Abraham Weintraub, ex-ministro de Bolsonaro

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Abraham Weintraub -hasteamento da bandeira nacional no palacio do alvorada
1 de 1 Abraham Weintraub -hasteamento da bandeira nacional no palacio do alvorada - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Ex-ministro da Educação de Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub desistiu de “tapar o nariz” para votar no presidente contra Lula. Agora está decidido a anular o voto. Em entrevista à coluna, Weintraub criticou Bolsonaro e disse que o bolsonarismo é um movimento corrupto e totalitário.

“Não consigo mais fingir que não estou vendo o que o bolsonarismo se tornou. O bolsonarismo é um movimento corrupto, totalitário, uma doença”, disse Weintraub, que depois de ser demitido no Ministério da Educação (MEC), em 2020, foi indicado pelo governo Bolsonaro a um cargo no Banco Mundial.

Candidato à Câmara por São Paulo, Weintraub também atacou o candidato de Bolsonaro ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “Vejo fortes suspeitas de corrupção”, afirmou.

Leia os principais trechos da entrevista:

Se o senhor e Jair Bolsonaro forem eleitos, seria da base do governo na Câmara?
Não. Ele não é de direita, é do Centrão. Se for para combater a corrupção e diminuir o Estado, eu vou ser o primeiro a defender a pauta no plenário. Agora, para defender Flávio Bolsonaro, Fundão Eleitoral, toda essa nojeira que hoje é o governo Bolsonaro, não conte comigo.

O que acha de Jair Bolsonaro?
Ele se perdeu completamente. Tanto faz se eu fui enganado. Ele mostrou uma cara que nunca tinha visto enquanto eu trabalhava com ele. Os maiores sinais aconteceram depois que ele virou presidente: a mansão do Flávio, a mansão do Jair Renan. Ele não é machista, racista, misógino… É só chamá-lo pelo que ele é: tchutchuca do Centrão. Basta ver a reação dele. Se chama de misógino, ele dá risada. De racista, ele dá risada. Mas chamou de tchutchuca do Centrão… A verdade machuca.

E que tal o bolsonarismo?
Uma lepra. Onde encosta, fede e apodrece. Os bolsonaristas não são de direita. O Bolsonaro falou que sempre foi e sempre será do Centrão. O bolsonarismo é maior do que o Bolsonaro, é um movimento corrupto, totalitário, uma doença. A verdade vai derrotar esse grupo. Do computador que uso para falar com você agora, saiu o plano de governo do primeiro mandato do Bolsonaro em 2018. Acho que vai ser o primeiro e único.

Acha que Bolsonaro não ganha do Lula?
Não. Infelizmente, a gente está entre a caldeira e o fogo.

Vai votar no Bolsonaro?
Não. Vou votar nulo pela primeira vez. Não por uma questão racional. Acho que o Bolsonaro é menos horroroso do que o Lula. É por uma razão pessoal: eu não aguento mais. Não consigo mais fingir que não estou vendo o que o bolsonarismo se tornou. O Bolsonaro teve muita participação na descondenação do Lula, por uma percepção errada de estratégia. A gente escutou generais em volta do Bolsonaro falando que o adversário ideal seria o Lula.

E o voto ao governo de São Paulo?
Também vou anular. Meu santo nunca bateu com o do Tarcísio de Freitas quando éramos ministros. Olhe o vídeo daquela reunião ministerial famosa. Todo mundo estava preocupado, mas ele estava quieto com a agenda dele, ele tem que cumprir o que foi combinado com o grupo dele e acabou. Hoje eu tenho uma imagem muito pior do Tarcísio.

O senhor tem falado com o Milton Ribeiro, seu sucessor no MEC que foi preso pela PF?
Nada, não tenho nada a ver com ele. Eu desprezo o Milton Ribeiro profundamente, na estética e na essência. E agora a gestão continua sendo a mesma. Só trocou o Milton, o resto foi tudo mantido. O cara do FNDE é o mesmo, é peixe do Ciro Nogueira.

Vê corrupção no FNDE e no MEC?
Eu vejo fortes suspeitas de corrupção. Evidentemente, por causa do Centrão. Faz sentido comprar 10 milhões de carteiras escolares de uma vez só? Pegaram um sobrepreço de 25%. R$ 6 bilhões em carteiras.

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Ciro Gomes (PDT) – Após idas e vindas, Ciro Gomes foi registrado como candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista
Felipe d'Ávila (Novo) – O partido Novo lançou o cientista político Felipe d'Ávila como candidato da legenda à Presidência da República
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Com cenário já definido, são 11 candidatos ao Palácio do Planalto. O primeiro turno das eleições acontece no dia 2 de outubro

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Jair Bolsonaro (PL) – A filiação de Bolsonaro ao Partido Liberal colocou o atual presidente na corrida pela reeleição presidencial

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Eymael (DC) – Eymael já era apresentado desde 2020 como pré-candidato do Democracia Cristã (DC) à Presidência

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Soraya Thronicke (União) – É advogada, senadora e candidata a presidente pelo União Brasil

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