O senador Flávio Bolsonaro acusou o marqueteiro Michel Winter, que se apresentou no acampamento golpista do Quartel-General (QG) do Exército como um enviado oficial de Jair Bolsonaro, de aplicar golpes financeiros na internet usando o nome dos Bolsonaro. Em um vídeo gravado na noite desta quarta-feira (10/5), Flávio disse que Winter inventou uma reunião com ele no Senado recentemente.

“[Michel Winter] fez filmagens de dentro do meu gabinete dizendo que eu o recebi, que tivemos uma conversa longa, que ele é uma pessoa influente na família, que ele é o marqueteiro do Bolsonaro, que já trabalhou em campanhas do Bolsonaro. Gente, tudo mentira. Ele não tem nenhuma relação conosco”, afirmou o senador.

Flávio fez alertas para quando o marqueteiro usar o nome da família Bolsonaro para pedir dinheiro, em uma tentativa de golpe financeiro. “Ele simplesmente manipula as imagens, ao que eu estou sabendo, para dar golpe em pessoas inocentes. Não deixem que esse senhor chamado Michel Winter use o nosso nome para lhe pedir alguma coisa em troca”.

Na campanha do ano passado, Winter se candidatou a deputado federal pelo PMB se dizendo “marketeiro” de Bolsonaro. Em dezembro, como mostrou o repórter Evandro Éboli, falou em nome de Jair Bolsonaro na acampamento golpista no QG.

“O meu presidente me autorizou a vir aqui e dizer que ele está trabalhando muito por nós brasileiros. E dentro das quatro linhas, juridicamente, ele está fazendo um ótimo trabalho a nível internacional, para que o nosso país não seja golpeado e tomarmos o nome de golpe. Nosso presidente manda um forte abraço e que manda lhes dizer que ele não vai entregar o nosso país aos corruptos. Aguardem o chamamento das pessoas certas. Não sigam ninguém, não ouçam ninguém, ouçam a voz do seu presidente”, disse Winter em um discurso no QG em 30 de novembro, um mês após Bolsonaro ser derrotado nas urnas para Lula.

Procurado pela coluna, Winter afirmou:

“Tenho princípios e valores. Jamais usaria o nome de qualquer família, principalmente a do Bolsonaro para ganhar dinheiro ilícito. Desafio qualquer um que prove que eu peço dinheiro em nome da família Bolsonaro. Isso nunca existiu”, disse. Questionado sobre a relação com a família Bolsonaro e a suposta reunião com Flávio no Senado, afirmou:

“Relação com a família eu não tenho, de fato. Mas falar que eu não contribuí com as campanhas dele não é fato. Eu fiz uma visita ao gabinete do Flávio, mas ele não estava”.