Vice da Câmara critica Bolsonaro, voto impresso e Ricardo Salles
Marcelo Ramos não vê presidente suficientemente empenhado para a aprovação de reformas macroeconômicas
atualizado
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Presidente e vice-presidente da Câmara, Arthur Lira e Marcelo Ramos têm posicionamentos diferentes em relação ao governo Bolsonaro: embora ambos sejam governistas, somente Ramos faz críticas públicas ao presidente. Nos últimos dias, mais uma vez, essa diferença foi sublinhada, com declarações críticas do vice sobre a falta de punição do Exército ao general Eduardo Pazuello, por ter participado de uma manifestação política. Em entrevista à coluna, Ramos explicou seu raciocínio e fez outras críticas ao Palácio do Planalto.
Ramos não vê Bolsonaro suficientemente empenhado para a aprovação das reformas macroeconômicas, a exemplo da administrativa e da tributária. Na primeira, Ramos observa uma disposição dos parlamentares em aprovar a proposta ainda neste ano. Disse que o único obstáculo ao trâmite poderia vir de Bolsonaro, se quiser inviabilizar a matéria ao tentar poupar os militares da lei. Na segunda, se mostra cético em relação a progressos. “Eu acho que falta mais clareza do governo do que ele quer de reforma tributária”, opinou.
Criticou também proposta que tenta criar o voto impresso, e lembrou da incoerência de se acreditar que, ao imprimir o resultado eletrônico, seria possível numa auditoria chegar a uma checagem diferente da que é feita de maneira digital.
Ramos afirmou ainda que o enrolado Ricardo Salles prejudica o agronegócio e o governo ao permanecer no cargo e disse acreditar que, se Bolsonaro insistir num decreto para proibir as redes sociais de apagarem conteúdo, o STF irá declarar a medida inconstitucional.
Assista à entrevista na íntegra abaixo.