Vice da Alesp que pediu cabresto a deputada cita avó negra em defesa
“Vou colocar um cabresto na sua boca”, disse Wellington Moura à colega Mônica Seixas, que é negra
atualizado
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O vice-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Wellington Moura, do Republicanos, recorreu nesta quinta-feira (26/5) à avó negra e ao regimento interno para justificar a declaração de que colocaria um “cabresto” na boca da deputada negra Mônica Seixas, do PSol. Em defesa ao Conselho de Ética da Casa, Moura citou também que é pastor e preza pela igualdade.
No último dia 18, disse Moura à colega no plenário: “Vou colocar um cabresto na sua boca”. Mônica Seixas rebateu: “Você não vai calar minha boca”, ao que Moura respondeu: “Vou sim”. O cabresto é um equipamento usado na boca de cavalos. Na denúncia ao Conselho de Ética, a deputada negra afirmou que Moura quis “animalizar a deputada, assim como os escravocratas num período já condenado da história do Brasil”.
Na defesa, o deputado citou o regimento interno da Casa e alegou que usou o termo para “controlar as falas excessivas ou de temas divergentes que fogem à ata da sessão”. “A vó do representado era negra”, acrescentou, além de dizer que ele “é pastor, e tem como objetivo de vida ajudar os mais necessitados, prezando sempre pela igualdade”.
O parlamentar escreveu ainda que não é racista nem machista porque possui “contatos com mulheres e negros em sua vida”, e que a maior parte dos seus assessores é composta de mulheres e negros.
As advogadas da deputada Mônica Seixas, Renata Cezar e Rosana Rufino, afirmaram: “A única pessoa exposta e desonrada no caso é a deputada Mônica Seixas, que foi vítima de racismo em sessão pública e oficial”.