Venda de ingressos de filmes brasileiros despencou sob Bolsonaro
Ministério aponta que impacto da pandemia foi mais forte sobre filmes brasileiros, que perderam cota de tela no governo Bolsonaro
atualizado
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A venda de ingressos de filmes brasileiros despencou no governo Bolsonaro e alcançou a marca de 1,8% do total de ingressos vendidos em 2021, uma queda de 86% à média dos anos anteriores. Os dados apontam que o impacto da pandemia foi ainda mais forte nos filmes brasileiros, que haviam perdido o espaço definido por lei nas salas de cinema.
Entre 2012 e 2019, a participação de filmes brasileiros na venda total de ingressos era em média 13%. Em 2022, o percentual subiu de 1,8% para 4,2%, ainda distante dos números da série histórica.
Os números foram citados em um parecer técnico do Ministério da Cultura que embasou a lei da cota de tela, sancionada no mês passado por Lula. Em 2021, terceiro ano do governo Bolsonaro, deixou de valer a legislação que fixava uma cota de tela nos cinemas para produções nacionais. A regra funcionou por 20 anos, durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma e Michel Temer. Leis de estímulo à produção nacional já eram adotadas nos anos 1930 em diversos países.
“É urgente a retomada desse dispositivo diante da concorrência desleal enfrentada pelo setor cinematográfico no Brasil diante das superproduções estrangeiras”, afirmou um parecer técnico do Ministério da Cultura enviado ao Planalto, defendendo a sanção da lei que fixou uma cota de tela até 2033. A quantidade mínima de sessões e filmes será definida pela Agência Nacional do Cinema (Ancine).