Uso de gás em espaço fechado não é técnica da PRF, diz ex-agente
A Polícia Rodoviária Federal disse que os agentes usaram “técnicas de imobilização e menor potencial ofensivo para contenção”
atualizado
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O deputado José Medeiros, do PL do Mato Grosso, que foi agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por mais de 20 anos, afirmou que o uso de gás de pimenta e lacrimogêneo em espaços fechados não faz parte do treinamento de técnicas de imobilização e abordagem da corporação.
Nesta quarta-feira (25/5), agentes da PRF do Sergipe prenderam Genivaldo de Jesus, um homem de 58 anos, dentro da viatura e o sufocaram até a morte com spray de pimenta. A corporação alegou que foram usadas “técnicas de imobilização e menor potencial ofensivo para contenção”, mas que “o abordado veio a passar mal” e posteriormente “foi contestado o óbito“.
À coluna, Medeiros disse que o fato é “uma tragédia” e que não condiz com “a imagem da PRF”. O parlamentar explicou que nos treinamentos de imobilização, os agentes são ensinados a colocar o abordado que apresenta resistência dentro do camburão ou usar spray de pimenta ao ar livre, mas “em hipótese alguma” os dois juntos.
“A PRF tem a abordagem mais humana possível, eu não sei o que ocorreu ali, mas a imagem que fica é do homem se debatendo, querendo sair, e os policiais forçando a porta com aquele gás saindo. É uma tragédia, é muito triste. Tanto para a imagem da PRF, quanto para a família da vítima“, disse o deputado.
Procurada, a Polícia Rodoviária Federal não respondeu aos questionamentos da coluna sobre a legalidade da técnica de imobilização adotada pelos agentes. O espaço está aberto para manifestações.