União Brasil usa “crise de liderança” para ganhar espaço no governo
Falta de negociadores virou um ativo para o partido, segundo expoentes do União Brasil
atualizado
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A “crise de liderança” do União Brasil virou uma excelente ferramenta de moeda de troca com o governo, segundo integrantes da sigla.
O presidente Lula e os articuladores do governo negociaram os três ministérios do partido com diferentes lideranças. Nenhuma se comprometeu a trazer uma fatia expressiva dos 59 votos do União Brasil.
A negociação por apoio no Congresso é feita “no varejo”, atendendo os parlamentares individualmente.
A raiz do problema é que a fusão entre DEM e PSL não gerou uma autoridade central para o partido. Luciano Bivar, presidente da sigla e ex-dirigente do PSL, não consegue comandar a ala do partido que veio do DEM.
Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados e ex-DEM, tampouco é reconhecido por todos os pares como uma liderança que centralize votos.
Para os deputados, a ausência de um negociador central não é um problema, e sim uma solução.
O entendimento neste momento é de que, assim, os deputados podem elevar o preço de seus votos perante o governo federal, demandando mais espaço e verbas para seus estados.