União Brasil faz ofensiva para ter a vice na chapa de Sergio Moro
Cúpula do União Brasil entende que Sergio Moro tem um teto de intenções de voto e só conseguirá se viabilizar com a ajuda do partido
atualizado
Compartilhar notícia
A direção do União Brasil prepara uma ofensiva para convencer Sergio Moro e o Podemos a aceitarem a indicação de um vice do partido para a pré-candidatura do ex-juiz à Presidência. A movimentação é feita pela cúpula do PSL, que pensa em indicar o deputado Luciano Bivar para o posto. No DEM, não há consenso sobre este movimento.
Bivar é presidente do PSL e comandará o União Brasil assim que a fusão com o DEM for aprovada pelo TSE.
No entendimento do PSL, Moro apresentará um crescimento nas próximas pesquisas eleitorais, mas não o suficiente para o ex-juiz se tornar um candidato capaz de tirar Bolsonaro do segundo turno. Os dirigentes irão dizer a Moro que o União Brasil é o único partido capaz de lhe oferecer palanques para ampliar a capilaridade do projeto no país.
Há um sentimento de que Moro está “preso” a uma bolha criada pelo Podemos. A presidente do partido, deputada Renata Abreu (SP), tem capitaneado o projeto político do ex-juiz e o acompanha em praticamente todos os eventos, viagens e reuniões de que ele participa.
Para se tornar um nome viável na terceira via, Moro acredita que precisará alcançar 18% das intenções de voto até abril de 2022. O PSL argumentará que o ex-juiz não conseguirá atingir esse percentual — nem ultrapassá-lo — se a pré-candidatura continuar restrita à condução do Podemos.
A oferta para construir um projeto conjunto também implicaria na adequação das chapas nos estados para que tanto o União Brasil quanto o Podemos possam explorar a imagem de Moro para eleger deputados em 2022.
A pretensão de Bivar em se tornar vice de Moro pegou a direção do DEM de surpresa. O projeto foi comunicado a ACM Neto no fim de novembro, em uma reunião que contou com as presenças de Luiz Henrique Mandetta, o pré-candidato do DEM ao Planalto, e do deputado do DEM Elmar Nascimento.
Neto, Mandetta e Elmar ficaram incrédulos ao ouvir a proposta, já que em momento algum Bivar havia expressado esse desejo na negociação da fusão entre DEM e PSL. A cúpula do PSL considera que Mandetta já é uma carta fora do baralho na discussão do projeto presidencial.