“Uma empresa séria demitiria”, diz ex-ombudsman do Itaú sobre CEO da Caixa
Na festa de fim de ano da estatal, Guimarães fez gerentes e lideranças da instituição fazerem flexões e darem cambalhotas
atualizado
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O ex-ombudsman do Itaú Deives Rezende, que hoje é CEO e fundador da Condurú Consultoria, disse que as condutas do presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães na festa de fim de ano do banco resultariam em uma demissão numa empresa séria e fiel ao seu código de conduta.
Na festa de fim de ano da estatal, Guimarães fez gerentes e lideranças da instituição fazerem flexões comandadas por um general e darem cambalhotas acompanhadas por uma ginasta profissional. Um dos vice-presidentes que deu cambalhota é oficialmente reconhecido pela estatal como uma pessoa com deficiência.
À coluna, Rezende disse que a cena, que consistia na humilhação dos funcionários, causou-lhe “embrulho no estômago”. Também pontuou que os gestores e o alto escalão da Caixa podem se sentir submissos à conduta de Guimarães e por isso acataram as gincanas consideradas por ele abusivas.
“As pessoas provavelmente não tiveram coragem de largar seus bonés e irem embora diante daquela cena de assédio moral, que se caracteriza por tudo que aconteceu, exposição, constrangimento, pela humilhação e pela repetição”, explicou o ex-Ombudsman, que hoje é dono da Condurú Consultoria e possui 40 anos de experiência em ética no mercado financeiro e em outras empresas.
Rezende, após as condutas de Guimarães, disse ter lido o código de ética e conduta da Caixa e afirmou que, baseado em suas experiências profissionais, o núcleo de ética da estatal deveria se posicionar contra a ação do presidente.
“Se fosse eu no núcleo de ética, ele já estaria fora. As ações de Pedro Guimarães ferem o código de conduta de uma das principais instituições brasileiras, uma empresa que deveria dar exemplo”, disse Rezende.
O ex-ombudsman do Itaú também disse que o comportamento de Guimarães é influenciado por fatores externos, como a política nacional.