Um caso de assédio agita a Abin, e direção mantém servidor
Diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, rejeitou afastar servidor alvo de medida protetiva judicial
atualizado
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O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, rejeitou afastar um servidor da agência investigado internamente por assédio e alvo de uma medida protetiva judicial. O afastamento só aconteceu por decisão da corregedora da Abin nesta semana.
Um servidor da Abin responde a um processo interno na Corregedoria por supostamente assediar colegas. Em outra esteira, o caso foi levado à polícia e gerou uma medida protetiva. Isto é, a Justiça proibiu que o funcionário se aproximasse das supostas vítimas, colegas de agência. Na prática, a permanência na Abin do servidor investigado poderia descumprir a ordem judicial.
O caso foi levado à cúpula da Abin. A assessoria jurídica deu um parecer favorável ao afastamento do servidor investigado. O diretor-geral, contudo, não seguiu a área técnica e propôs apenas mudar o funcionário de setor, sem afastamento das funções.
A corregedora da Abin, Lidiane Souza, determinou o afastamento do funcionário por 60 dias nesta semana. Souza será substituída no mês que vem pelo delegado da Polícia Federal (PF) José Fernando Moraes Chuy, por ordem do diretor-geral, outro delegado da PF.
Servidores reagiram à troca na corregedoria, em meio às investigações da Abin paralela, que apuram monitoramentos ilegais feitos pela agência durante o governo Bolsonaro, quando o órgão era comandado pelo deputado Alexandre Ramagem.
Como mostrou a coluna, funcionários da Abin foram à Controladoria-Geral da União criticar a escolha do novo corregedor. O grupo alertou para conflitos de interesses na nomeação. Isso porque o inquérito da PF que investiga a Abin paralela mira servidores da polícia que tinham cargos de confiança na agência.
Durante as investigações, a corregedora da Abin informou à CGU que sofreu pressão da cúpula da agência após ela colaborar com o inquérito.
Procurada, a Abin não comentou.
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