A Universidade Federal Fluminense (UFF) criou, em parceria com o Ministério da Justiça, um curso de extensão de perícia técnica para formar peritos independentes da Polícia Civil. O termo de cooperação entre a universidade e a pasta foi assinado na última semana após uma reunião com o ministro Flávio Dino, em junho, que estruturou o programa.

O principal objetivo do curso é formar peritos que atuem em casos de violência institucional e violação dos direitos humanos. Os alunos irão atuar em parceria com organizações sociais e com as Defensorias Públicas do Rio de Janeiro e São Paulo na elaboração de relatórios de perícia paralelos ao da Polícia Civil.

Estudantes de diversos cursos, como direito, química e medicina, poderão participar do curso de extensão. O projeto irá aplicar conhecimentos científicos e técnicos para elucidar casos onde ocorreram violações de direitos humanos.

A criação de uma perícia independente segue recomendações da ONU e da Comissão Nacional da Verdade sobre a autonomia das perícias, que, no Rio de Janeiro, é subordinada à Polícia Civil.

Os alunos farão perícias de casos concretos, como o massacre na favela de Paraisópolis, em São Paulo, e o assassinato das crianças Emily e Rebecca, na Rocinha, no Rio de Janeiro. O projeto terá duração de dois anos.

Além de analisar casos que já aconteceram, o grupo de peritos independentes irá apresentar laudos alternativos aos da Polícia Civil no Rio de Janeiro e da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo em novos casos que venham a acontecer.