Troca de figurinhas parou Ministério da Justiça quando PL atacou urnas
O PL pediu anulação dos votos do 2º turno no dia 22 de novembro de 2022, mas servidores do Ministério da Justiça tinham outro compromisso
atualizado
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O dia era 22 de novembro de 2022. Servidores do Ministério da Justiça organizaram uma reunião na biblioteca do edifício, uma hora após o PL, partido de Jair Bolsonaro, pedir a anulação dos votos de 279,3 mil urnas eletrônicas usadas no segundo turno da eleição presidencial. O encontro nada tinha a ver com a trama golpista. A preocupação dos funcionários do ministério era trocar figurinhas para completar o álbum da Copa do Mundo.
A Coordenadoria-Geral de Gestão Documental e Serviços Gerais (CGDS) do Ministério da Justiça havia disparado um e-mail no dia 18 de novembro com o convite para a terceira troca de figurinhas entre os servidores da pasta. A atividade ocorreu em pleno expediente: entre as 12h e 14h daquela terça-feira.
O convite para a troca de figurinhas foi enviado com a assinatura oficial do Ministério da Justiça, à época chefiado por Anderson Torres. Ele seria preso dois meses depois, por suposta omissão nos ataques golpistas do 8 de janeiro.
Já ação do PL contra as urnas foi rejeitada por Alexandre de Moraes no dia seguinte à sua apresentação. O ministro afirmou que a argumentação do partido era “esdrúxula” e aplicou multa de R$ 22,9 milhões à sigla.