Trabalho escravo: governo adaptará Bolsa Família para o setor cafeeiro
O governo apresentará ao setor cafeeiro uma proposta para beneficiários do Bolsa Família não terem o cadastro cancelado ao serem contratados
atualizado
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O Ministério do Trabalho se reunirá nesta semana com representantes do setor cafeeiro para apresentar uma proposta de contratação temporária de beneficiários do Bolsa Família.
O projeto prevê a suspensão do pagamento do Bolsa Família aos beneficiários contratados para a colheita deste ano, mas manterá ativos os cadastros dos trabalhadores no programa social.
A proposta foi elaborada para suprir a falta de mão de obra na safra do café, que ocorre entre abril e setembro. O setor reclama que os beneficiários do Bolsa Família recusam propostas de trabalho temporário para não terem o cadastro cancelado no programa social.
A nova modalidade do Bolsa Família foi discutida entre o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Os ministros elaboraram um dispositivo na medida provisória (MP) do novo Bolsa Família para permitir a implementação da proposta.
O setor cafeeiro será usado como um laboratório para a nova modalidade de vínculo empregatício. Se a prática funcionar, o governo expandirá a medida para todas as culturas agrícolas que precisam de mão de obra temporária.
O entendimento no governo é de que a medida ajudará a combater o trabalho escravo nas lavouras.