O Consulado do Uruguai no Rio de Janeiro não foi informado da chegada de três ônibus com torcedores do Peñarol, que transportavam a maior parte do grupo de 283 pessoas detido nesta quarta-feira (23/10) após causar tumulto no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo secretário estadual de Segurança, Victor dos Santos.

“Os [outros] ônibus que vieram ao Rio fizeram comunicação com o Consulado do Uruguai. Esses três vieram desgarrados. Não fizeram comunicação alguma”, disse o secretário, que assumiu a culpa pelo incidente.

“A responsabilidade é nossa, é minha. Segurança Pública é minha responsabilidade. E o que eu tenho que fazer agora é olhar para dentro e rever todo o processo, rever onde houve falha, tentar corrigir”. Para o secretário, o governo ignorou o passado de brigas da torcida do Peñarol. Em 2019, um torcedor do Flamengo foi atingido na cabeça por um torcedor uruguaio e morreu no ano seguinte.

“Diante desse histórico todo a gente falhou no sentido de não ter tomado [providências]. Nós subestimamos [os torcedores] com aquele efetivo de policiais achando que podiam conter pelo menos esses três ônibus que estavam na orla”, completou Victor dos Santos.

O Peñarol disputa a semifinal da Libertadores na noite desta quarta-feira (23/10) contra o Botafogo no Rio de Janeiro.

Os torcedores do clube uruguaio causaram depredações, saques e roubos na capital fluminense. Segundo a PM, a briga generalizada começou após um uruguaio roubar um celular em um quiosque. O aparelho foi recuperado e o torcedor, encaminhado à delegacia. Os uruguaios, por outro lado, alegam que já havia hostilidade de torcedores cariocas. Havia botafoguenses e flamenguistas no local.