Técnicos da Funai alertaram sobre ameaças de morte
Nota técnica das Funai apontou que o governo federal não repassou os investimentos pedidos pelo órgão
atualizado
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Uma nota técnica da Fundação Nacional do Índio, elaborada em outubro de 2021 e obtida pela agência Fiquem Sabendo, especializada em Lei de Acesso à Informação, apontou que servidores do órgão estavam expostos a ameaças de morte e que a Funai vivia o “pior momento da história” por falta de pessoal e operações.
O documento dizia ainda que o governo federal não repassou os investimentos pedidos pelo órgão em 2018 e apontava “desestruturação sistemática” nas políticas indígenas.
A nota argumentou que a pandemia de Covid-19 fez com que o trabalho indigenista aumentasse, sem que houvesse o aumento “de força de trabalho para as ações no campo”.
Na nota, os técnicos afirmavam que a falta de investimento do governo federal e de um número médio de operações era uma violação do dever do estado de proteger terras e povos indígenas.
“Observa-se que muitas atividades desempenhadas pela Funai se dão em áreas remotas, isoladas, em cidades com infraestrutura deficitária, como nas fronteiras, além de possuírem alto grau de periculosidade no tocante à exposição dos profissionais a uma rede de interesses em exploração ilegal do território indígena, acabando por sofrerem ameaças de morte, estendidas às famílias, e até mesmo, assassinatos consumados”, disse a nota.