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TCU em guerra sobre quem é o procurador do caso Moro no tribunal

Lucas Rocha Furtado alega que Júlio Marcelo de Oliveira é amigo de Sergio Moro e deve ser declarado suspeito no caso; Oliveira nega

atualizado

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Sede do TCU
1 de 1 Sede do TCU - Foto: Felipe Menezes/Metrópoles

O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), pediu nesta terça-feira (25/1) que o colega Júlio Marcelo de Oliveira seja declarado suspeito para atuar na investigação sobre o trabalho de Sergio Moro à consultoria Alvarez & Marsal. Rocha Furtado alegou que Júlio Marcelo é amigo do ex-juiz, o que Júlio Marcelo nega.

“Acredito existir possível conflito de atuação do sr Júlio Marcelo nos autos em epígrafe, visto ele ser amigo do responsável em análise, ex-juiz Sergio Moro. A relação amigável e de admiração entre Júlio Marcelo e Sergio Moro é de conhecimento público”, escreveu Furtado ao relator do caso, ministro Bruno Dantas.

Os dois integrantes do MP de Contas travam uma disputa na investigação sobre a atuação de Sergio Moro na Alvarez & Marsal. O processo começou devido a um pedido de Rocha Furtado. Oliveira alega que ele é o procurador natural do caso, e cita uma regra do TCU que impede que um procurador que fez provocação inicial para o começo de uma investigação seja o responsável por tocá-la. Rocha Furtado, por sua vez, sustenta que colabora com a investigação fora do processo, com sugestões ao relator.

No último dia 11, Oliveira questionou formalmente a atuação de Rocha Furtado. Bruno Dantas negou, citando uma “tentativa de causar tumulto processual”. O relator completou: “Simpatia pessoal ou convergência ideológica não se confundem com interesse público”. Oliveira, que já fez elogios públicos a Moro nas redes sociais, apresentou um recurso sobre essa decisão, que ainda não foi analisado.

Procurado, Júlio Marcelo de Oliveira afirmou:

“Lucas Rocha Furtado não tem legitimidade no processo para arguir a suspeição. Suspeição é se houver amizade íntima com o investigado, o que não existe. Tive alguns encontros públicos com o ex-juiz, mas não sou amigo. O processo foi sorteado pra mim de maneira impessoal. O procurador Lucas Rocha Furtado não tem legitimidade para atuar nesse caso nem para pedir a suspeição. Isso caberia às partes, seja a Alvarez & Marsal, seja o Sergio Moro, o que nenhum dos dois fez”.

O TCU apura se Moro cometeu irregularidades no período de um ano em que trabalhou para a Alvarez & Marsal, em 2020 e 2021. A consultoria recebeu 78% de seus honorários de empresas que foram alvo da Lava Jato, operação que Moro comandava quando era juiz. Moro pontua que atuou no braço da consultoria que não cuidava de recuperações judiciais, onde estão os clientes que foram alvo da Lava Jato. Esse outro segmento da consultoria tem outro CNPJ, mas pertence aos mesmos donos de toda a empresa.

Dos R$ 83,5 milhões auferidos pela Alvarez em processos de recuperação judicial e falência, R$ 65,1 milhões vieram de firmas investigadas na operação. Moro alega que atuou na área de disputas e investigações da Alvarez, um braço distinto da consultoria, com outro CNPJ e sem relação com o de recuperação judicial. A Alvarez ainda não informou ao TCU quanto pagou de salário a Moro. Nesta terça-feira (25/1), Rocha Furtado reforçou o pedido à empresa.

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