TCU aponta que compras de militares no exterior poderiam ser feitas no Brasil
Tribunal de Contas da União apontou indícios de irregularidades em compras das Forças Armadas; Ministério da Defesa nega irregularidades
atualizado
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O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou indícios de irregularidades em compras das Forças Armadas no exterior. Em julho, os ministros fizeram recomendações ao Ministério da Defesa e enviaram informações do caso à Advocacia-Geral da União (AGU).
A apuração começou a pedido do Ministério Público Militar, que havia identificado indícios de irregularidades na negociação de aeronaves pela Comissão Aeronáutica Brasileira na Europa. Coordenadas pelo Ministério da Defesa, outras entidades militares alvos do TCU foram a Comissão Naval Brasileira em Washington e a Comissão do Exército Brasileiro em Washington.
De 2016 a 2021, as Forças Armadas reservaram US$ 17 milhões para comprar coletes à prova de balas no exterior, o que poderia ter sido feito no Brasil. O valor reservado para a compra de capacetes foi de US$ 9,5 milhões.
Os técnicos do TCU afirmaram que diversos itens comprados no exterior poderiam ter sido adquiridos no Brasil, a um preço menor. Entre os exemplos estão tapetes, moedas institucionais, capacetes, coletes à prova de balas e computadores. A auditoria alertou também que uma mesma empresa vendeu de bolas de futebol até softwares às Forças Armadas.
Ainda segundo o processo, as Forças Armadas não detalharam parte das compras, o que dificulta a análise de possível sobrepreço. Procurado, o Ministério da Defesa afirmou que o julgamento não tratou de nenhuma contratação específica das Forças Armadas. “As Forças Armadas adotam as melhores práticas de gestão e governança e que as sugestões propostas de aperfeiçoamento da norma serão analisadas pela pasta”, completou.