Tarcísio ainda precisa explicar impacto da Ferrogrão, cobram ativistas
Ministro tem sido cobrado por eventual desmatamento que seria causado pela construção de ferrovia
atualizado
Compartilhar notícia
Ativistas da organização Grupo de Trabalho de Infraestrutura, que reúne 40 organizações da sociedade civil em torno de questões de infraestrutura, afirmam que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ainda precisa dar explicações sobre os impactos da construção da Ferrogrão, ferrovia que deve ligar o porto fluvial de Miritituba, no Pará, à cidade de Sinop, no Mato Grosso.
Para a entidade, Tarcísio não esclareceu as dúvidas levantadas por uma carta do grupo enviada nesta semana a bancos pedindo que a construção da ferrovia não seja financiada. O grupo argumenta que a Ferrogrão geraria o desmatamento de uma área equivalente à cidade de São Paulo, além de prejudicar comunidades indígenas.
Na quarta-feira, Tarcísio reagiu a notícias da carta, afirmando que a ferrovia é sustentável: “O Brasil é o único país no mundo em que é preciso se esforçar para explicar que uma ferrovia é sustentável. A alternativa à Ferrogrão é a duplicação da BR-163/PA, por onde sobem hoje 2.000 caminhões por dia”, disse o ministro.
Segundo o secretário-executivo do GT de Infraestrutura, Sérgio Guimarães, a resposta de Tarcísio é insuficiente e demonstra que o ministro não leu a carta do grupo, que não menciona alternativas por rodovias, mas por ferrovias. O ativista defende, por exemplo, a expansão da Ferronorte.
“Em seu comentário, o ministro fala dos impactos das rodovias, mas a carta das organizações não faz esse tipo de comparação. Pelo contrário, a comparação é com outros projetos ferroviários. A impressão que fica é que ele não leu o documento”, disse Guimarães.