Tabata votará contra Bolsonaro, mas espera PT detalhar planos de Lula
Filiada ao PSB, Tabata Amaral diz que aguarda as propostas de Lula e que nunca recebeu o apoio do PT ao sofrer ataques misóginos
atualizado
Compartilhar notícia
A deputada Tabata Amaral, do PSB, disse em entrevista à coluna (assista à íntegra ao final do texto) que aguardará as convenções partidárias para ouvir as propostas da campanha de Lula e declarar em qual candidato votará no primeiro turno da eleição.
Sem citar Lula, a parlamentar deixou claro que não há dúvidas quanto à posição que adotará no segundo turno para derrotar Bolsonaro, mas ressaltou que a discussão eleitoral ainda não é uma preocupação para os brasileiros.
“Eu não vou entrar nesse jogo (de declarar agora em quem votará) até julho, que é quando são as convenções”, disse. “Todo mundo sabe qual é o meu lado. Todo mundo sabe que eu estarei do lado oposto ao do Bolsonaro, mas, talvez por ter a convivência com essa vida mais real, eu consigo fazer provocações do tipo. A eleição não chegou para as pessoas ainda, e eu não vi quais serão as propostas de vocês (petistas).”
“Vocês (petistas) já sabem qual vai ser o meu lado, mas eu preciso que vocês me digam o que vão fazer na educação. Qual será a pauta econômica? O que vão fazer para unir o Brasil? Vamos fazer uma frente ampla? Quais conversas serão feitas para que pessoas sérias de centro direita e que são democratas estejam desse lado? É uma decisão de não entrar nessa coisa quando as pessoas não estão conversando com quem importa, com quem está na ponta”, assinalou.
Tabata recordou ataques misóginos que sofreu ao longo do mandato como deputada e disse que nunca recebeu apoio nem solidariedade de ninguém do PT. Ela move ação na Justiça contra o ator José de Abreu, que é filiado ao PT e compartilhou uma postagem que ameaçava a deputada de agressão. Na ocasião, Abreu disse que, embora tenha retuitado a mensagem, não concordava com o teor dela.
“O machismo é suprapartidário. Ele se encontra da esquerda à direita de forma bem proporcional. Os partidos de esquerda, por terem um discurso contra o machismo, muitas vezes se escondem por trás desse discurso para não falar do machismo que acontece dentro deles. O caso do Zé de Abreu foi só mais um”, enfatizou.
“Você tem uma figura pública que retuita uma mensagem dizendo que eu merecia ser socada. Não tem interpretação, é um crime isso, e ele está sendo processado por isso. Absolutamente ninguém do PT se pronunciou”, acrescentou.
A parlamentar ainda sugeriu que a questão de gênero pode ter motivado o presidenciável Ciro Gomes, do PDT, a liderar uma campanha para destruir sua reputação após a votação da reforma da Previdência. Tabata foi favorável ao texto.
“A população tem totais condições de julgar como o Ciro se posta em situações que se relacionam com mulheres. Ele participou de forma bem ativa de um processo de difamação, de um processo de destruição de reputação contra mim, que havia discordado dele. Essa palavra é muito importante. A discordância de uma menina, que foi como ele encarou a situação, fere mais do que a discordância de um homem, que é visto como igual. É por isso que as pessoas nem sabem quem foram os parlamentares do PDT que votaram a favor da reforma da Previdência”, declarou.