Subsecretário da Casa Civil é acusado de assédio moral no Planalto
O subsecretário Duncan Frank Semple, da Casa Civil do governo Lula, foi denunciado na corregedoria da Presidência por suposto assédio moral
atualizado
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O subsecretário Duncan Frank Semple, da Casa Civil do governo Lula, foi denunciado, no início de outubro, na Corregedoria da Presidência da República, por suposta prática assédio moral. Servidores relatam um ambiente comandado à base de “gritos, humilhações públicas, intimidação e ameaças”. Neste mesmo mês, o governo Lula regulamentou um programa de tratamento e prevenção de assédio moral, sexual e discriminação na administração pública.
Semple, que ocupou cargos em diferentes governos petistas, chefia a Subsecretaria de Gestão Interna, uma área subordinada à Secretaria-Executiva da Casa Civil da Presidência da República, comandada por Miriam Belchior, ex-ministra do Planejamento do governo de Dilma Rousseff.
Na denúncia enviada para a Corregedoria da Presidência, a que a coluna teve acesso, uma servidora alegou que o comportamento supostamente assediador de Semple faz com que servidores fiquem desestabilizados e que tenham problemas “psíquicos e físicos”. A servidora está afastada por problemas psicológicos relacionados ao suposto assédio moral praticado por Semple.
A coluna conversou com outros servidores da Subsecretaria de Gestão Interna que não quiseram ser identificados. Os funcionários relataram um ambiente “sádico”, decorrente das ações de Semple.
Entre as supostas práticas de assédio moral do subsecretário de Gestão Interna, segundo os servidores ouvidos pela coluna, estariam gritos, murros na mesa, ofensas, ameaças de exoneração e invisibilização do trabalho.
Os servidores relatam quadros de ataques de pânico e transtorno de ansiedade generalizada. Esses funcionários afirmaram não terem feito denúncias formais na Corregedoria da Presidência da República por medo de retaliações de Semple.
Em 31 de julho, o governo Lula lançou um programa de tratamento e prevenção de assédio moral e sexual dentro da administração pública. O texto do programa estabelece compromissos institucionais com “universalidade, acolhimento, comunicação não violenta, integralização, resolutividade e transversalidade para combate ao assédio”.
O Programa Federal de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação no âmbito da administração pública conta com a participação de diversos ministérios. O programa foi regulamentado em uma portaria publicada no dia 1º de outubro, após a coluna revelar as acusações de assédio e importunação sexual contra Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos.
A coluna procurou Duncan Frank Semple sobre as denúncias, mas o subsecretário não quis se posicionar e pediu que a assessoria de imprensa da Casa Civil fosse procurada. A coluna, então, pediu um posicionamento da Casa Civil, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço continua aberto para manifestações.
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