STJ juntou delações contra Cláudio Castro em um só inquérito
Governador do RJ, Cláudio Castro é alvo de duas delações no STJ
atualizado
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O Superior Tribunal de Justiça juntou as duas delações em que o governador do Rio de Janeiro é alvo em um só processo. A decisão foi tomada em novembro de 2022, após a Procuradoria-Geral da República pedir a abertura de um inquérito na Polícia Federal contra Cláudio Castro.
As delações do empresário e ex-assessor do governador, Marcus Vinicius Azevedo da Silva, e de Bruno Selem, ex-funcionário da Servlog, empresa que supostamente pagou propina a Castro, revelaram crimes que teriam sido cometidos entre 2017 e 2019. Pessoas envolvidas no processo disseram à coluna que os depoimentos complementam um ao outro, não fazendo sentido duas investigações separadas das mesmas irregularidades.
A delação de Bruno Selem, que estava sob relatoria do ministro do STJ Benedito Gonçalves, foi juntada à de Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que tinha o ministro Raul Araújo como relator.
Após a integração das duas delações, Araújo decidiu, em abril de 2023, autorizar a abertura de um inquérito na Polícia Federal contra o governador do Rio de Janeiro.
O que dizem as delações
O ex-assessor Marcus Vinícius Azevedo da Silva disse em sua contribuição que Castro participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Fundação Leão XIII e que até recebeu propina em dólar, nos Estados Unidos. O ex-assessor de Castro alegou que o governador, que era vereador na época no início dos supostos esquemas, tinha acordos para beneficiar a Servlog, empresa de Flávio Chadud, em contratos milionários no governo municipal e estadual do Rio de Janeiro.
Ex-funcionário e braço direito de Chadud na Servlog, Selem contou que, em 2019, quando já era vice-governador de Wilson Witzel, Castro recebeu cerca de R$ 100 mil de propina em um encontro com Chadud no escritório da empresa, no shopping Downtown, na barra da Tijuca.
O que diz Cláudio Castro
O governador do Rio de Janeiro nega todas as acusações reveladas nas colaborações premiadas. A defesa de Cláudio Castro entrou, no ano passado, com um pedido no Supremo Tribunal Federal para anular as delações, que estão parados desde setembro de 2022.