Sócio de empresa não explica pagamento para viagem de Wassef aos EUA
Empresa de serviços financeiros pagou R$ 10,6 mil da viagem em que Wassef recomprou Rolex vendido irregularmente por assessores de Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
O empresário Rafael Silva, sócio da empresa de serviços financeiros JJR, não explicou o pagamento de R$ 10,6 mil em despesas da viagem em que o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef recomprou nos Estados Unidos um relógio Rolex que havia sido presenteado ao governo brasileiro. A Polícia Federal defendeu abrir uma nova frente de investigação no inquérito das joias para apurar o repasse, feito pela JJR no ano passado.
Criada há seis anos, a JJR, ou G2P Factoring, presta serviços financeiros e funciona em Fortaleza. Em 4 de abril do ano passado, a empresa fez uma transferência bancária de R$ 10,6 mil à agência de turismo que organizava a viagem de Wassef aos Estados Unidos. Segundo a PF, Wassef foi às pressas para os EUA com vistas a recomprar um relógio Rolex que havia sido vendido irregularmente por assessores de Jair Bolsonaro.
“Desconheço essa operação”, afirmou Rafael Silva, a única pessoa na sociedade da companhia citada nos registros da Receita Federal. Confrontado com o comprovante bancário interceptado pela PF, Silva confirmou o repasse. “Foi algo realizado no ano passado e não tenho o que falar”.
O comprovante do pagamento em nome da empresa foi enviado a Wassef pelo advogado Caio Cesar Vieira Rocha, que já havia repassado R$ 27 mil da viagem no mês anterior, em março de 2023. Wassef enviou os dados bancários da agência de turismo ao colega e recebeu o comprovante por mensagem, ainda de acordo com a investigação.
A PF indiciou Bolsonaro, Frederick Wassef e mais dez pessoas no inquérito das joias sauditas. Wassef foi indiciado por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Agora, a Procuradoria-Geral da República decidirá se vai denunciar os investigados ao STF.