Sócia dizia lucrar com empresa que deu golpe em jogadores do Palmeiras; veja zaps
Sócia de Willian Bigode ofereceu o serviço para Mayke, do Palmeiras, dizendo que estava há seis meses com dinheiro investido em criptomoedas
atualizado
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A sócia do jogador Willian Bigode, do Fluminense, sugeriu que estava lucrando com o investimento em criptomoedas ao oferecer o serviço da empresa Xland para o lateral Mayke, do Palmeiras. A Xland é acusada de aplicar um golpe milionário em Mayke e em Gustavo Scarpa, ex-atleta do Palmeiras. A WLJC, empresa que intermediou os investimentos dos jogadores com a Xland, pertence a Willian e a Camila Moreira.
Mayke incluiu as mensagens de WhatsApp trocadas com Camila na ação judicial em que pediu o bloqueio dos bens da Xland e da WLJC. O caso foi revelado pelo Fantástico, da TV Globo.
Na conversa, datada do dia 13 de abril de 2020, Camila diz que está “em parceria com uma empresa de investimentos do Acre”. “É um investimento considerado de risco, porém, o jeito que a empresa trabalha, me dá segurança de oferecer a vocês. Estou com eles desde novembro, aplicando o meu dinheiro e analisando tudo, para depois passar aos clientes”, afirmou.
O diálogo ocorre em um grupo com Mayke e Rayanne Almeida, casada com o jogador. Os prints da conversa mostram que Mayke perguntou a Camila o que eram criptomoedas. “Manda um áudio aí, Cá. Explicando direitinho. Tem como?”, reforçou Rayanne.
“A empresa fez um fundo de reserva, que, caso tudo dê errado, se você ficou com o dinheiro investido seis meses, você tem seu dinheiro de volta”, respondeu Camila. “Eu estou há seis meses e não deu nada errado.”
Camila disse ao casal que eles deveriam investir valores para “arriscar ganhar mais” e apresentou dois planos da Xland: um de rendimento de 2% mensais sobre uma quantia de até R$ 99.000 e outro com rendimento de 2% a 5% sobre valores a partir de R$ 100.000, com a possibilidade de “resgatar o valor total após seis meses”. As porcentagens de rendimento estavam muito acima da média de mercado.
Convencido por Camila, o jogador do Palmeiras aceitou investir R$ 100.000 no plano da Xland. “Eu testei seis meses antes de oferecer até para o Willian. Eu sempre testo antes, tudo que indico a vocês, porque se der errado é o meu nome que está em jogo. Então, não ofereceria se não fosse bom”, disse Camila, após receber a confirmação do jogador. Mayke respondeu: “Nós sabemos da sua responsabilidade.”
Mayke diz ter perdido R$ 4,5 milhões, além de uma rentabilidade que deveria totalizar R$ 3,2 milhões. Já Scarpa afirma que ficou sem R$ 6 milhões devido ao esquema fraudulento.
À Justiça, Mayke declarou que firmou “laços mais íntimos” com Willian, “em virtude da relação, inicialmente, profissional”, e que construiu “uma amizade” e “uma relação de confiança” com o atleta. Os dois jogadores se conheceram na época em que atuavam pelo Palmeiras.
A ação diz que Willian convenceu e captou Mayke como cliente da consultoria WLJC, “tendo em vista esta relação construída entre as partes”, e que Camila ficou como a encarregada de realizar “investimentos em virtude do retorno financeiro prometido”.
Em depoimento, Willian admitiu que indicou a Xland para os ex-colegas de Palmeiras, mas afirmou que também foi vítima da empresa. O atacante do Fluminense disse ter perdido R$ 17,5 milhões em investimentos. Já Camila declarou que levou um golpe de R$ 1,6 milhão.
A ação apresentada por Mayke resultou no bloqueio de R$ 7,8 milhões das contas da Xland, dos sócios da empresa e da consultoria de Willian. A pedido de Scarpa, a Justiça também bloqueou as contas de Willian e de Camila.