Só 2,5% de jovens pobres conseguem meia entrada e transporte gratuito
17 milhões de jovens de baixa renda têm direito aos benefícios, mas só 431 mil estão inscritos; programa foi lançado por Dilma Rousseff
atualizado
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Apenas 2,5% dos jovens pobres brasileiros têm acesso a transporte interestadual gratuito e meia entrada em eventos culturais e esportivos, apesar de o direito estar garantido por lei. Vinculado ao Palácio do Planalto, o programa ID Jovem está em seu nono ano e foi lançado ainda no governo Dilma Rousseff.
Brasileiros de 15 a 29 anos com renda familiar de até dois salários mínimos e inscritos no Cadastro Único — banco de dados do governo para programas assistenciais — têm direito a esses benefícios por meio do ID Jovem. Dos 17 milhões de jovens nessa situação, só 431 mil emitiram a carteirinha do programa. A inscrição é online e gratuita.
O programa é coordenado pela Secretaria Nacional da Juventude, subordinada à Secretaria-Geral da Presidência. Desde 2015, quando a iniciativa foi lançada, o governo federal nunca conseguiu fazer com que uma fatia relevante do público-alvo usasse os benefícios do ID Jovem.
Procurada, a Secretaria-Geral da Presidência acusou o governo Bolsonaro de “abandonar” o programa. O ministério afirmou que pretende ampliar o acesso aos benefícios, mas não informou uma meta.
“O ID Jovem, como tantos outros programas sociais, foi abandonado pelo governo anterior: sem fiscalização, sem qualquer esforço que demonstrasse vontade de incluir maior número de usuários”, afirmou o ministério, acrescentando que trabalha para facilitar a inscrição no programa e fiscalizar eventuais descumprimentos.