Silvio Almeida entrega celulares para auditorias independentes
Ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida é suspeito de ter cometido assédio sexual
atualizado
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O advogado Silvio Almeida, demitido do Ministério dos Direitos Humanos na sexta-feira (6/9) por suspeita de assédio sexual, entregou seus dois celulares para auditorias independentes, com o objetivo de preservar a integridade de uma provável prova que usará em sua defesa. A apuração analisará conversas de Almeida com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma das supostas vítimas do então ministro.
Um dos aspectos que os peritos contratados investigarão é se existiu cunho sexual ou inapropriado nas trocas de mensagem de Silvio Almeida com Anielle Franco.
Em uma reunião no Planalto na última quinta-feira (6/9), depois de a coluna revelar acusações de assédio sexual contra Silvio Almeida, o então ministro dos Direitos Humanos mostrou ao advogado-geral da União e ao controlador-geral da União conversas com Anielle para sugerir que os dois se tratavam com intimidade.
Nessa reunião, Almeida exibiu um vídeo do restaurante Oscar, em Brasília, que mostrava um jantar dele com Anielle. As mensagens e o vídeo seriam, na argumentação de Almeida, provas de que ele não assediava a ministra. Aos olhos dos outros ministros, porém, não havia nada no conteúdo que indicasse qualquer tipo de permissão de Anielle para qualquer abordagem sexual de Almeida.
Silvio Almeida foi demitido do cargo na última sexta-feira (6/9). Como revelou a coluna na quinta-feira (5/9), Almeida foi denunciado por assédio sexual contra mulheres, entre elas Anielle Franco. A coluna revelou os relatos de Anielle sobre o suposto assédio. O Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou à coluna ter sido procurado por mulheres que também relataram supostos episódios de assédio pelo então ministro. Almeida negou ter praticado qualquer crime, mas foi demitido por Lula.