Silas Malafaia faz sociedade com acusado de fraudar criptomoeda
Vinte investidores acusam Francis Silva de esquema de pirâmide financeira
atualizado
Compartilhar notícia
O pastor Silas Malafaia associou-se a um empresário do ramo de criptomoedas para criar uma nova empresa que incorpore sua editora de livros, a Central Gospel, e a comercialização de produtos evangélicos de diferentes tipos. Segundo Malafaia, a nova empresa, batizada de AlvoX Negócios, foi pensada como uma maneira de permitir que um sócio investisse na implementação de softwares e recursos tecnológicos.
O pastor também aposta na nova empreitada para captar mais recursos para pagar os credores da Central Gospel, atualmente em recuperação judicial. Entretanto, Malafaia pode acabar arrastado para outro problema: Francis Silva, dono da empresa com a qual ele se associou, é investigado num esquema envolvendo pirâmides financeiras e fraude com criptomoedas.
Embora adote o nome Francis, o empresário se chama Francisley Valdevino da Silva é fundador da Intergalaxy, holding de marketing digital e inovação tecnológica, e acusado por 20 investidores de praticar pirâmide financeira por meio de outra empresa. As vítimas alegam que, através de uma empresa chamada Forcount, Silva captou dinheiro, investiu em um tipo de criptomoeda e pegou os recursos. Em seguida, ainda segundo o relato das vítimas, devolveu outra criptomoeda, falsa, sem valor, e que não é encontrada em corretoras. A defesa do grupo sustenta que a Forcount funcionava como um esquema de pirâmide financeira.
O novo negócio de Malafaia e Silva tem foco principal no mundo cristão. No site da editora, a nova empresa é descrita como uma opção para aqueles que desejam empreender não somente com livros, mas com produtos diários “mantendo o valor cristão”. Segundo Malafaia, o catálogo do negócio será amplo e contará com produtos “seculares” também.
“Além dos materiais da Central Gospel, vão ser vendidos perfumes, camisetas, Ômega 3… Por ser uma editora, a Central Gospel não permite a venda desses produtos, por isso criamos essa empresa. O catálogo vai ser gigante e não só de produtos evangélicos”, explicou.
Malafaia afirmou que, se for encontrada qualquer irregularidade na conduta de Francis, ele deixa a sociedade. “Se tiver algum problema na empresa desse cara, eu tiro amanhã. Nem sabia como está essa engrenagem, deixo com o meu advogado. Não tenho rabo preso com ninguém”.
À coluna, o advogado de Silva disse que a Intergalaxy nunca teve laços contratuais com a Forcount, a não ser por um serviço de palestras e consultorias prestado pelo proprietário da holding. “O processo corre em segredo de Justiça, e é uma incógnita para a gente como os investidores ligaram o Francis à essa empresa. Eles pegaram uma foto de uma palestra que o Francis foi convidado, que ocorreu há cinco anos atrás, e botaram no processo”, pontuou a defesa de Silva.
Embora Malafaia e a Receita Federal indiquem que a sociedade entre o pastor da Assembleia Vitória em Cristo e a Intergalaxy segue em vigor, o advogado de Silva afirmou que a Intergalaxy assinou a saída da sociedade na AlvoX após os serviços digitais estipulados entre as partes já terem sido prestados. Segundo o advogado, a sociedade durou apenas um mês e ocorreu apenas porque “era conveniente para a gestão do negócio”. A Intergalaxy seguiria apenas prestando serviço de assistência tecnológica e de marketing digital e de relacionamento, por ser a proprietária da tecnologia fornecida, da forma de gestão e do treinamento prestado aos colaboradores.