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Sergio Moro paga aluguel a escritório dos sócios de seu suplente

Com verba do Senado, Sergio Moro contratou escritório de advocacia de sócios de suplente para instalar gabinete em Curitiba

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Sergio Moro e suplente, Luis Felipe Cunha
1 de 1 Sergio Moro e suplente, Luis Felipe Cunha - Foto: Reprodução

O senador Sergio Moro, do União Brasil do Paraná, contratou um escritório de advocacia dos sócios de seu suplente, o advogado Luis Felipe Cunha, para instalar seu gabinete em Curitiba. Reembolsado pelo Senado, Moro pagou R$ 6,2 mil à empresa no início do mês.

O recibo foi emitido em 1º de março pelo aluguel de duas salas e duas vagas de garagem no Centro Empresarial Engenheiro José Joaquim, na região central de Curitiba. O aluguel do escritório Gomes Coelho & Bordin para o gabinete de Moro no estado foi usado em fevereiro, o primeiro mês de mandato do ex-juiz.

Quem assinou o recibo de R$ 6,2 mil do escritório Gomes, Coelho & Bordin foi o advogado Luis Alberto Gonçalves Gomes Coelho, sócio da firma e também sócio do suplente de Moro, Luis Felipe Cunha. Os dois dividem uma empresa com o nome parecido, acrescido do sobrenome do suplente de Moro: Gomes Coelho, Bordin & Cunha.

A empresa do suplente do senador fica sediada em Santa Catarina, estado vizinho ao Paraná, e registrou na Receita Federal o e-mail de contato de Luis Alberto, o advogado que assinou o recibo para Moro.

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Meses depois, o ex-juiz mudou para o União Brasil
Durante a carreira, Moro atuou em diversos casos, como o escândalo do Banestado, e a Operação Farol da Colina; foi juiz auxiliar no STF, e assessorou a ministra Rosa Weber durante o julgamento do mensalão, mas foi após atuar na Operação Lava Jato que ele ganhou notoriedade no Brasil e no mundo
Moro foi chamado de "suspeito" em pedido apresentado por construtora ao STF
Em novembro de 2018, Moro pediu exoneração da magistratura e, em 1º de janeiro de 2019, assumiu o controle do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no governo Bolsonaro
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Sergio Fernando Moro, nascido em 1972, é ex-juiz, ex-ministro da Justiça, ex-professor, advogado e político brasileiro. Natural de Maringá, no Paraná, Moro foi lançado como pré-candidato à Presidência da República pelo partido Podemos

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Desde então, a relação entre Sergio Moro e Bolsonaro azedou. Após deixar o governo, o ex-juiz passou a advogar e a atuar como consultor para empresas privadas

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Casado com Rosangela Wolff de Quadros Moro e pai de dois filhos, Moro se filiou ao partido Podemos no dia 10 de novembro de 2021 e se lançou pré-candidato à Presidência da República

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No decorrer da carreira, Moro ganhou inúmeros prêmios no Brasil e no exterior. Um deles foi o da revista Time, que o considerou uma das cem pessoas mais influentes do mundo. A Bloomberg o considerou o 10º líder mais influente do planeta e, em 2019, o jornal britânico Financial Times o elegeu uma das 50 pessoas de destaque do mundo

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Moro diz que Lava Jato agiu "dentro da lei"

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O escritório do suplente de Moro foi aberto em junho do ano passado, um mês antes de o ex-ministro de Bolsonaro anunciar que concorreria ao Senado. Além do advogado que assinou o recibo para Moro, Cunha compartilha a sociedade do escritório com outros dois advogados que também são sócios do escritório contratado pelo mandato de Moro. São eles Helio Gomes e Mauro Joselito Bordin, cujos sobrenomes batizam a companhia.

Procurado, o gabinete de Sergio Moro afirmou que seu suplente, Luis Felipe Cunha, não tem interesse ou benefício no aluguel do imóvel.

“Informo que o suplente Luís Felipe Cunha não faz e nunca fez parte do quadro social da empresa proprietária do imóvel locado em Curitiba. Cunha é associado de alguns sócios da Gomes, Coelho e Bordin em outra empresa, localizada em outro estado e não possui qualquer interesse ou benefício relacionado ao imóvel locado pelo gabinete em Curitiba. Por fim, esclareço que o aluguel do escritório parlamentar em Curitiba é compatível com o valor de mercado”, afirmou Moro.

Procurado, o suplente de Moro, Luis Felipe Cunha, negou irregularidades ou relação com o escritório com que divide sócios. “A gente precisa de um espaço para poder ter um escritório de representação e havia uma oportunidade em relação a isso. Mas eu não tenho nenhum benefício em relação a isso porque não sou dono do imóvel. Não tenho qualquer vínculo com o imóvel”, disse Cunha. Questionado se participou da definição do aluguel do mandato de Moro, respondeu: “Não, em absoluto”.

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