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Senado publicou livro que chama Jair Bolsonaro de “fascista”

Obra de mil exemplares custou R$ 39,5 mil ao Senado e está na biblioteca da Casa; artigos de opinião incluem Lula e seis ministros

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Senado publicou livro que chama Jair Bolsonaro de "fascista"
1 de 1 Senado publicou livro que chama Jair Bolsonaro de "fascista" - Foto: Eduardo Barretto/Metrópoles

O Senado publicou no ano passado um livro de artigos de opinião que chama Jair Bolsonaro de “fascista” e “o pior presidente do Brasil de todos os tempos”. A obra “100 vozes pela democracia” custou R$ 39,5 mil ao Senado e tem mil exemplares. O livro foi produzido em 2022 e tem textos de Lula, do ministro do STF Flávio Dino, de seis ministros do atual governo e de parlamentares governistas.

É possível acessar a versão digital do livro no site da biblioteca do Senado. Três exemplares físicos estão disponíveis na biblioteca pública. Publicado pela Editora Senado e pago com dinheiro público, “100 vozes pela democracia: um mosaico de reflexões da sociedade brasileira frente à ascensão da extrema direita reacionária” foi organizado pela entidade “Direitos Já! Fórum pela Democracia”, que reuniu políticos de diversos partidos em oposição ao governo Bolsonaro.

“Bolsonaro e sua matilha fascista tudo fazem para destruir pedra por pedra as instituições”, escreveu a deputada Alice Portugal, do PCdoB da Bahia, acrescentando: “Nossa voz se ergue para gritar basta! Fora Bolsonaro!”.

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, acusou no livro o governo Bolsonaro de “flerte com o fascismo”, com uma “agenda antipovo, neoliberal, entreguista e destruidora de vidas e direitos”. O presidente do PSol, Juliano Lemos, adotou tom semelhante: Bolsonaro presidente foi uma “macabra experiência”. “Bolsonaro certamente entrará para história como o pior presidente do Brasil de todos os tempos”, afirmou a senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão.

Senado publicou livro que chama Jair Bolsonaro de "fascista"

As críticas também partiram de pessoas sem cargos públicos. “O país nunca contou com um presidente tão ruim. Neofascista, despreparado e grotesco”, opinou Aldo Arantes, integrante do PCdoB. A ex-jogadora de vôlei Isabel Salgado, que morreu no fim de 2022, falou em “camarilha fascista-miliciana” e atacou a  “política explicitamente fascista dessa corja que saiu dos porões da ditadura militar para ocupar a presidência da República”. Para o jornalista Juca Kfouri, Bolsonaro era um “miliciano obstinado em destruir, caso patológico de necropolítico, misógino, homofóbico, diabólico e fascistóide”.

O atual governo está em peso no livro, que foi produzido em 2022, no fim do governo Bolsonaro e perto da eleição vencida por Lula, e publicado pelo Senado no ano passado. Além de Lula, escreveram o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin; o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra de Planejamento, Simone Tebet; o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França. O ministro do STF Flávio Dino, que também contribuiu com a obra, foi ministro da Justiça até fevereiro deste ano.

Lula escreveu que nunca esquecerá a “irresponsabilidade criminosa de Bolsonaro”. Alckmin chamou o governo passado de “desastre civilizatório”. Na visão de Marina Silva, o “capitão indisciplinado do Exército e sua nova tropa realizam seu plano de destruir a República”.

Procurado, o Senado afirmou que o livro segue as regras do Conselho Editorial e foi produzido por “personagens de diversos segmentos da sociedade civil, todos responsáveis pelos textos publicados”. O Senado afirmou que os mil exemplares impressos foram divididos da seguinte forma: 505 exemplares estão em estoque; 360 foram destinados ao Conselho Editorial; 109 vendidos a preço de custo, R$ 40; 13 enviados a órgãos do Senado; e outros 13 enviados a gabinetes parlamentares.

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