metropoles.com

Sem Exército, GLO de Lula não terá “militar em favela”; análise

Lula disse que papel dos militares não é “brigar com bandido” na favela; governo deu resposta à crise de segurança

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Lula e militares
1 de 1 Lula e militares - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Lula disse, na semana passada, em café com jornalistas que cobrem a Presidência, que não decretaria em seu governo uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), e que não queria as Forças Armadas “na favela, brigando com bandido”. Frisou que esse não seria o papel dos militares.

Menos de uma semana depois, está aí a GLO, mas, de fato, sem militar na favela. O Exército foi excluído e caberá à Marinha e à Aeronáutica ter o poder de polícia nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo.

A ausência do Exército tem razão. Tanto na Força quanto nas polícias há um incômodo antigo com a sobreposição de atuação de agentes estaduais com militares. Até hoje não houve uma experiência nas favelas do Rio que não tenha trazido algum tipo de trauma, como o caso do fuzilamento do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, em 2019. E, para a missão designada à Força no plano anunciado hoje, o patrulhamento de fronteiras, não seria necessária uma GLO. A atribuição já está no escopo constitucional do Exército.

Politicamente, o decreto foi a principal resposta de Lula até agora à crise de segurança pública, num sinal de que o Planalto reconheceu o ônus político que uma eventual omissão lhe traria. Até alguns dias atrás, um envolvimento mais próximo com o tema, em especial no RJ, trazia a preocupação com um eventual desgaste de imagem.

Outro sinal político que deve ser considerado é o engajamento das Forças Armadas com um tema que não o golpismo do governo Bolsonaro. Há muito interesse entre os militares em virar essa página, e nada como imagens de fardados atuando como polícia no Porto do Rio ou no Aeroporto de Guarulhos para ajudar nisso.

Será também a primeira iniciativa de monta das Forças Armadas sob o comando de Lula. Há um simbolismo importante em ver os três comandantes atendendo às ordens do presidente, considerando que, há um ano, o fantasma de uma eventual insubordinação rondava Brasília.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comGuilherme Amado

Você quer ficar por dentro da coluna Guilherme Amado e receber notificações em tempo real?